Até receber Nicolás Maduro em Brasília nesta segunda, Lula achava a guerra uma das coisas mais abomináveis do planeta. Em cinco meses de governo, o petista meteu-se a tentar acabar com o conflito na Ucrânia. Num dos lances mais marcantes do seu papel de pacifista, ele criou uma crise com a União Europeia e com os Estados Unidos ao dizer que os americanos e europeus contribuíam para a guerra.
Ao lado de Maduro no Planalto, o petista atacou de novo. Numa conversa com jornalistas, acusou os Estados Unidos de matarem mulheres e crianças venezuelanas praticando algo “pior que a guerra”, no caso, os bloqueios econômicos ao regime de Maduro, marcado por violações de direitos humanos e pela destruição das condições de vida no país a milhões de agora refugiados.
“Eu sempre acho que o bloqueio é pior do que uma guerra. Na guerra, normalmente, morre soldado que está em batalha, mas o bloqueio mata crianças, mulheres, pessoas que não têm nada a ver com a disputa ideológica que está em jogo”, disse o brasileiro.
“O Maduro não tem dólar para pagar as suas exportações. Quem sabe ele possa pagar em yuan. Quem sabe a gente possa receber em outra moeda de outro país para que a gente possa trocar. É culpa dele? Não. É culpa dos Estados Unidos que fez um bloqueio extremamente exagerado”, seguiu Lula.