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Lula diz que “tendência é vetar” taxação de importados de até 50 dólares

O presidente afirmou, no entanto, que também está aberto a negociar e à disposição de Arthur Lira para conversar

Por Gustavo Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 Maio 2024, 15h12 - Publicado em 23 Maio 2024, 11h41

Pouco antes de receber o presidente do Benim, Patrice Talon, no Palácio do Planalto, na manhã desta quinta-feira, 23, Lula falou rapidamente com jornalistas e foi questionado sobre o projeto que está para ser votado na Câmara dos Deputados que acaba com a isenção de impostos federais a produtos importados de até 50 dólares, em sites como Shein, AliExpress e Shopee.

Indagado se irá se reunir nesta quinta com o presidente da Câmara, Arthur Lira, para tratar da questão, ele respondeu que não tem nenhum encontro previsto, mas que estará à disposição depois da recepção ao líder do Benim, “se ele quiser conversar”.

Sobre o que deverá fazer se a retomada da taxação às remessas internacionais for aprovado pelo Congresso, Lula inicialmente brincou dizendo que só se pronuncia “nos autos do processo”, mas depois declarou que “a tendência é vetar”. “Mas a tendência também pode ser negociar…”, complementou.

Na sequência, o presidente disse não saber se aceitaria uma outra taxa mais reduzida do que a atual, porque “cada um tem uma visão a respeito do assunto”.

“Veja, quem é que compra essas coisas? São mulheres, a maioria, jovens e tem muita bugiganga. Sabe, eu nem sei se essas bugigangas competem com as coisas brasileiras, nem sei. Mas nós temos dois tipos de gente que não pagam imposto. Você tem as pessoas que viajam, que têm isenção de 500 dólares no free shop, que têm mais isenção de 1.000 dólares. Sabe, que não pagam, que são gente de classe média, que tem umas 24 milhões de pessoas que podem viajar mais uma vez por mês para o exterior. E como é que você vai para ali as pessoas pobres, meninas e moças que querem comprar uma bugiganga, um negócio de cabelo, um negócio… Sabe?”, declarou.

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Ele, então, comentou que, quando discutiu o tema com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, falou para ele: “A tua mulher compra, a minha mulher compra, tua filha compra, a filha de todo mundo compra, a filha do Lira compra”.

“Então o que nós precisamos é tentar ver um jeito de não tentar ajudar uns prejudicando o outro, mas tentar fazer uma coisa uniforme. E nós estamos dispostos a conversar e encontrar uma saída”, concluiu.

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