O engenheiro Sergio Mizrahy acionou a Corregedoria da Procuradoria-Geral da República para denunciar os procuradores da Operação “Câmbio, desligo”, desdobramento da Lava-Jato no Rio de Janeiro. Mizrahy foi preso por atuar com o doleiro Cláudio Souza, o Tony, e com Rafael Alves, operador do ex-prefeito Marcelo Crivella, em trocas de cheques, pagamentos de boletos e empréstimo de dinheiro.
Na denúncia, Mizrahy pede a “verificação de tortura” e “métodos medievais” para forçá-lo a fazer delações. Segundo ele, os procuradores ameaçaram prender sua mulher e seus três filhos, além de mantê-lo detido por 40 anos. Sergio cumpriu 230 dias de prisão preventiva, revogada após delação e homologação de acordo pelo juiz Marcelo Bretas.
“O presente pedido de verificação de tortura – para realização de delação – pelos Procuradores da Força Tarefa da Lava jato, não é impugnação ao acordo, mas uma verificação da legalidade dos atos funcionais dos membros da referida Força Tarefa na condução dos acordos de delação”, escreveu a advogada Fernanda Pereira Machado, em ofício.
O delator afirma que teve de fugir do país com a sua esposa e que ele e sua advogada foram ameaçados de morte, por e-mail e whatsapp. Segundo Sergio Mizrahy, mesmo após não ter nada a declarar ele foi pressionado a dar informações que incriminasse Crivella e políticos aliados, no entanto, “não possui vínculo e nem contato com agentes detentores de foro”.
A denúncia pede que o delator seja ouvido de forma presencial para prestar mais detalhes e que sejam aplicadas medidas disciplinares contra dez procuradores e dois promotores.