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Moraes torna Bolsonaro investigado por fake news no STF

O ministro atendeu a um pedido do TSE para que o presidente seja alvo de apurações por atacar com inverdades o sistema eleitoral

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 ago 2021, 18h19 - Publicado em 4 ago 2021, 17h47
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  • Relator do inquérito das fake news no STF, o ministro Alexandre de Moraes autorizou nesta quarta a inclusão do presidente Jair Bolsonaro na lista de investigados do caso. O ministro atendeu a um pedido do TSE para que o presidente seja alvo de apurações por espalhar mentiras contra o sistema eleitoral.

    A live de Bolsonaro, com ataques a integrantes do STF, foi o principal elemento apontado pelo ministro para tornar o presidente investigado. “O pronunciamento do Presidente da República, JAIR MESSIAS BOLSONARO, se revelou como mais uma das ocasiões em que o mandatário se posicionou de forma, em tese, criminosa e atentatória às Instituições, em especial o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – imputando aos seus Ministros a intenção de fraudar as eleições para favorecer eventual candidato – e o TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL –, no contexto da realização das eleições previstas para o ano de 2022, sustentando, sem quaisquer indícios, que o voto eletrônico é fraudado e não auditável, como, exemplificativamente, é possível verificar em sua live”, escreve Moraes.

    “ACOLHO A NOTITIA CRIMINIS ENCAMINHADA PELO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL E DETERMINO A  INSTAURAÇÃO DE IMEDIATA INVESTIGAÇÃO EM FACE DAS CONDUTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, JAIR MESSIAS BOLSONARO, com a autuação de Petição sigilosa, distribuída por prevenção ao Inquérito 4.781/DF, a ser instruída com a notícia crime e cópia do vídeo disponibilizado no link informado”, escreveu Moraes.

    Na decisão, o ministro do STF ainda determina que a PGR seja intimada a se manifestar sobre a decisão que torna Bolsonaro alvo do inquérito das fake news.

    O ministro ainda avalia a conduta do presidente em relação ao TSE e os ataques proferidos contra o presidente da Justiça Eleitoral, ministro Luis Roberto Barroso. “Observa-se o nítido objetivo de tumultuar, dificultar, frustrar ou impedir o processo eleitoral, com ataques institucionais ao TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL e aos seu ministro Presidente”, escreve Moraes.

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    “Nas redes sociais, os ataques ocorreram, costumeiramente, no mesmo dia ou no dia seguinte às declarações do Presidente da República, por uma série de perfis e páginas nas redes mundiais de computadores, sempre visando ameaçar, agredir e a atacar Ministros do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, bem como o processo eleitoral e outras instituições democráticas”, segue o ministro. “Importante destacar, que o Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO, reiteradamente, incorre nas mesmas condutas que ora se noticiam”, segue Moraes.

    Para incluir Bolsonaro no inquérito das fake news, o ministro listou atos do presidente que seriam semelhantes ao “modus operandi” do grupo criminoso já investigado na corte por espalhar notícias falsas e atentar contra a democracia.

    “Observou-se, como consequência das condutas do Presidente da República, o mesmo modus operandi de divulgação  utilizado pela organização criminosa investigada em ambos os inquéritos, com intensas reações por meio das redes virtuais, pregando discursos de ódio e contrários às Instituições, ao Estado de Direito e à Democracia, inclusive defendendo de maneira absurda e inconstitucional a ausência de eleições em 2022”, diz o ministro.

    “A partir de afirmações falsas, reiteradamente repetidas por meio de mídias sociais e assemelhadas, formula-se uma narrativa que, a um só tempo, deslegitima as instituições democráticas e estimula que grupos de apoiadores ataquem pessoalmente pessoas que representam as instituições, pretendendo sua destituição e substituição por outras alinhadas ao grupo político do Presidente. No passado próximo, afirmando a impossibilidade de se governar por conta de decisões do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, seja em relação a atos do Chefe do Poder Executivo, seja em relação às medidas necessárias ao controle da pandemia Covid-19; depois, afirmando a ilegalidade de decisões a respeito de eventual candidato à presidência da República, por um possível interesse em beneficiar ou prejudicar políticos específicos; em seguida, afirmando a insegurança das urnas eletrônicas e fraudes no sistema de votação com a intenção de favorecimento a eventuais candidatos. Tudo fundado em ilações reconhecidamente falsas, utilizadas para fomentar ataques aos integrantes das instituições constitucionalmente previstas para o balanceamento do regime democrático, à autonomia e responsabilidade de todos os entes da federação quanto à medidas necessária à proteção da vida e saúde da população e, agora, à realização de eleições livres, isentas de fraudes e com resultado historicamente reconhecido por todos os eleitores”, segue o ministro.

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