Investigado pelo Ministério Público Federal, Antônio Cristóvão Neto — o Queiroguinha — apareceu nesta sexta-feira ao lado do pai, Marcelo Queiroga, e do presidente Jair Bolsonaro (PL), em evento em João Pessoa, na Paraíba.
Na última semana, a Procuradoria instaurou inquérito para apurar os crimes de tráfico de influência e usurpação de função pública por parte do herdeiro do ministro da Saúde — pré-candidato a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo estado.
O MPF na Paraíba acatou uma representação protocolada pela bancada do PT no Senado solicitando averiguação dos supostos crimes cometidos pelo jovem, revelados por reportagens do jornal O Globo. A denúncia foi analisada pelo procurador distribuidor, que determinou a instauração de notícia de fato.
Há duas semanas, a publicação apontou que Queiroguinha tem usado seu acesso livre ao gabinete do pai para intermediar demandas de municípios da Paraíba.
Já na última semana, o jornal publicou nova reportagem, na qual expôs outra participação do filho do ministro da Saúde em evento da pasta, no interior do estado. Na ocasião, Queiroguinha anunciou um repasse de 12 milhões de reais do ministério a municípios da região do Cariri e se autointitulou integrante do Poder Executivo.
“Nós, enquanto representantes do governo federal, precisamos ter um olhar voltado com muita sensibilidade para essa região, que tem um grande potencial na área social, na área educacional e nos recursos hídricos”, diz trecho da notícia.
O próprio ministro Marcelo Queiroga já é alvo de parlamentares por causa da atuação do filho. O deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) protocolou uma representação contra ambos junto à Procuradoria-Geral da República, e apresentou um pedido de convocação para que Queiroga compareça à Comissão de Trabalho e Administração da Câmara para dar explicações sobre o suposto esquema irregular de liberação de recursos da pasta conduzido pelo herdeiro.