Dados da Associação dos Servidores Federais da Área Ambiental no Estado do Rio de Janeiro, que representa os servidores do Ibama que atuam nas Coordenações de Licenciamento Ambiental de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Offshore, mostram o tamanho do estrago da greve do órgão na agenda econômica de Fernando Haddad.
O movimento já dura 164 dias, período em que o setor de Petróleo e Gás deixou de faturar mais de 3,4 bilhões de reais — nos três primeiros meses — por causa da mobilização.
Os servidores, que já atuam em operação padrão desde o início do ano, decidiram iniciar uma greve geral na próxima segunda-feira. A paralisação é uma resposta ao fim das negociações com o governo sem um acordo de reestruturação da carreira de especialista em meio ambiente.
“Caso não haja a retomada das negociações com os servidores, a greve pode resultar em perdas de arrecadação de quase 1 bilhão de reais ao mês, em tributos diretos e indiretos, royalties e participações especiais, provocando ainda o impacto negativo de 5.300 postos de trabalho que deixariam de ser gerados”, diz a categoria.
Dados levantados pelos servidores indicam que pelo menos dois gasodutos e dez pedidos para pesquisa sísmica e perfuração de poços já foram diretamente afetados pela mobilização.
A greve pode atrasar a entrada em operação de plataformas programadas para 2024 e 2025, assim como na interligação de cerca de 30 novos poços às unidades de produção previstas ainda para este ano. Atualmente, na área de produção, são 12 empreendimentos que dependem de Licença Prévia do Ibama, além de três que aguardam a Licença para Instalação.