A entrevista de Dilma Rousseff ontem no Jornal Nacional teve um efeito desastroso para a relação PT-PMDB. Por falta de experiência política, nervosismo ou sabe-se lá o quê, Dilma não saiu em defesa do PMDB quando perguntada sobre a gentil afirmação de um de seus coordenadores de campanha, Ciro Gomes, para quem o partido é “um ajuntamento de assaltantes”.
Em sua resposta, Dilma tratou apenas de falar de Ciro — e nada de defender o PMDB. Antes mesmo de o JN terminar, o celular de Michel Temer, que a acompanhou no Rio de Janeiro, já tocava. Eram peemedebistas insatisfeitos — para usar um adjetivo suave.
Temer, que depois se encontrou com Dilma, num evento com artistas, não tocou no assunto com ela, que também fez-se de morta.
A avaliação da cúpula peemedebista é que, se Dilma ganhar no dia 31, o clima de disputa entre o partido e o PT vai se acirrar. No centro do jogo, a disputa pelos cargos.
Mais: essa briga deve começar ainda no governo Lula. Peemedebistas acham que é hora de marcar posição: assim, já em novembro, quando o Congresso voltar a funcionar de fato a ideia é dar alguns sustos no PT, jogando duro com os projetos de interesse do governo.