Condenado à prisão no caso do bunker com 51 milhões de reais encontrados pela PF em Salvador, o cacique emedebista Geddel Vieira Lima aconselhou Jerônimo Rodrigues, o candidato do PT ao governo da Bahia, a não participar de debates no segundo turno contra ACM Neto (União Brasil).
O ex-ministro do governo Temer ficou longe da política por cinco anos e voltou a dar as cartas nestas eleições. Ele está em liberdade condicional desde fevereiro e trabalhou para a indicação do nome do emedebista Geraldo Júnior na vice da chapa de Rodrigues ao governo. Pela primeira vez em 28 anos a disputa na Bahia será decidida no segundo turno. Rodrigues teve 49% do votos contra 40% de ACM Neto no primeiro turno.
O cacique disse para Rodrigues não ir a debates e dedicar o seu tempo de campanha para outras coisas, como receber prefeitos e aliados e fazer caminhadas pelo interior. “Eu quero dizer uma coisa como integrante do MDB, minha opinião, de forma clara: Jerônimo, não vá a debate algum. As propostas já estão claras, as diferenças estão estabelecidas, os apoios estão definidos. Você tem o apoio pessoal, político, intransigente de Luiz Inácio Lula da Silva, homem que teve aqui [na Bahia] 70% dos votos, e que terá muito mais no segundo turno”, orientou.
O emedebista minimizou o impacto que a ausência no debate teria sobre a campanha de Rodrigues e disse para o aliado não aceitar a pecha de “fujão”. “No mais, deixa ele [ACM Neto] espernear, ficar chamando de fujão, disso, daquilo outro, aquele lero-lero que a gente conhece. E não vá não é por nada, não, é pra você não perder dois, três dias treinando, conversando, discutindo sobre coisas que a Bahia já sabe. Vá cuidar de ir atrás dos votos, porque o MDB quer contribuir pra que você tenha uma vitória expressiva no segundo turno”, aconselhou.