O cuidado de Lula ao comentar denúncia contra Bolsonaro no STF
Ao lado do primeiro-ministro de Portugal, o presidente fez curtas afirmações sobre o caso

Em entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro de Portugal nesta quarta-feira no Palácio do Planalto, o presidente Lula deu uma breve declaração sobre a “denúncia do golpe”, apresentada nesta terça pelo chefe da PGR, Paulo Gonet, ao STF.
Segundo o petista, enquanto o Brasil estiver sob sua gestão, todos “têm direito à presunção de inocência”. Ele ressaltou que o caso está nas mãos do Supremo, e compreenderá o que for decidido.
“A decisão de ontem é uma decisão da PGR. Ele indiciou as pessoas. Eu não vou comentar um processo que está na justiça. A única coisa que eu posso dizer é que, nesse país, no tempo em que eu governo o Brasil, todas as pessoas têm direito à presunção de inocência.
Se eles provarem que não tentaram dar golpe, e que não tentaram matar o presidente, o vice-presidente, e o presidente do superior tribunal eleitoral [sic], eles ficarão livres, e serão cidadãos que poderão transitar pelo Brasil inteiro.
Se na hora que os juízes forem julgar e chegarem à conclusão de que eles são culpados, eles terão que pagar pelo erro que cometeram. Portanto, é apenas um indiciamento. O processo agora vai para a Suprema Corte e eles terão todo o direito de se defender. É só isso. Não posso comentar mais nada do que isso”, disse o presidente.
Equivocou-se Lula, certamente, ao afirmar que a Procuradoria-Geral da República “indiciou as pessoas”. Tratou-se, no caso, de um oferecimento de denúncia. O indiciamento ocorreu ainda na fase de inquérito, e foi feito pela Polícia Federal.