O detalhe que desmonta a teoria da conspiração sobre a diplomação de Lula
Apoiadores de Bolsonaro foram às redes levantar suspeitas infundadas sobre a antecipação do evento do TSE com o petista

Antes mesmo de o TSE divulgar data da diplomação de Lula e Geraldo Alckmin como vencedores da eleição presidencial deste ano, os apoiadores de Jair Bolsonaro já inundavam as redes com teorias da conspiração sobre o assunto, associando a suposta antecipação do evento à narrativa golpista de questionamento do resultado das urnas.
Como o Radar mostrou na noite desta terça, a cerimônia foi marcada para o próximo dia 12 de dezembro, uma semana antes do prazo final, no 19. Um detalhe que os bolsonaristas que espalham desinformação ignoram é que a diplomação do próprio Bolsonaro em 2018 também ocorreu antes da data limite definida pelo tribunal, em 10 de dezembro — dois dias antes da data escolhida para o petista.
No evento de entrega do seu diploma, aliás, Bolsonaro elogiou o trabalho do TSE, órgão que mais tarde se tornaria alvo frequente de seus ataques. No seu discurso há quase quatro anos, ele agradeceu à “família da Justiça eleitoral pelo extraordinário trabalho” nas eleições daquele ano.
É comum que as diplomações ocorram antes da data-limite prevista na legislação eleitoral. Dilma Rousseff e Michel Temer, por exemplo, foram diplomados no dia 18 de dezembro, na eleição de 2014, e no dia 17, no primeiro mandato da petista, conquistado em 2010. Já Lula e José Alencar receberam os diplomas em 14 de dezembro, nas duas ocasiões em que venceram as eleições, em 2006 e 2002.