A timidez da oposição no Congresso diante das revelações de Marcos Valério contra Lula & petistas tem intrigado até parlamentares da base aliada. Esperava-se reações e discursos bem mais contundentes.
As ações têm se limitado, basicamente, à oficialização de pedidos de convocação de Valério nas comissões de Câmara e Senado, além da solicitação de providências do Ministério Público. Como se DEM e PSDB tivessem esquecido ou ignorado o fato de, sendo minoria, dificilmente conseguirão aprovar a ida de Valério ao Congresso.
Uma parte significativa do PSDB receia que uma eventual convocação de Marcos Valério acabe trazendo mais danos do que louros políticos aos tucanos. O motivo: o mensalão mineiro.
Peessedebistas temem a possibilidade de a base aliada, mais numerosa, conseguir arrancar de Valério informações a respeito do fato, que, por razões óbvias, assusta o PSDB.
Na reunião da bancada tucana, uma ala do partido sugeriu convidar Valério para um bate-papo na liderança do PSDB, em vez de abrir uma guerra pela convocação.
Carlos Sampaio foi contra, argumentando que não faria sentido uma conversa informal com bandido e entregar à base aliada a chance de argumentar que novas bombas de Valério seriam resultado de pressão política tucana.
Parlamentares peessedebistas incumbiram seus assessores de encontrar a todo custo uma prova de que o PT bancou a defesa de Marcos Valério no STF. Acredita-se que este é o mais incontestável elemento da ligação entre Lula e operador do mensalão.