Em seu discurso ao ser eleito presidente da CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro, Arthur Maia (União Brasil-BA) afirmou haver uma “narrativa” de um “possível golpe” na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes e outra “narrativa” de que houve “facilitações”.
“Todos esses discursos existem e nós (teremos) a obrigação de, com toda a honestidade, colher as provas e fazer isso publicamente”, declarou o deputado.
Como se sabe, a oposição se uniu em torno da estratégia de repetir a alegação de que Flávio Dino e o próprio presidente Lula teriam deixado as invasões acontecerem para o governo obter um “salvo-conduto” em nome da defesa da democracia.
Parlamentares da base de apoio ao Planalto, é claro, refutam completamente o discurso de autossabotagem, afirmam que o governo foi “vítima” e dizem querer chegar aos financiadores e idealizadores de uma tentativa de golpe – na mira, Jair Bolsonaro.
A eleição de Arthur Maia para presidir a CPMI é uma vitória de Arthur Lira, que se articulou para impedir que o senador Renan Calheiros, seu maior rival alagoano em Brasília e aliado de Lula, tivesse um papel de protagonismo no colegiado.
“Esta comissão estará prestando um trabalho à democracia, porque não é razoável que nós tenhamos vivido aquilo que aconteceu no dia 8 de janeiro, com a invasão das sedes dos Três Poderes, (e) nada disso seja investigado por esta própria Casa”, disse Maia.