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Pai de Cid foi operador de Bolsonaro e ocultou dinheiro das joias, diz PF

General da reserva armazenou presentes oficiais e recursos obtidos das vendas e depois entregou ao ex-presidente

Por Ramiro Brites Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Gustavo Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 jul 2024, 17h31 - Publicado em 8 jul 2024, 15h50

O relatório da Polícia Federal sobre a venda de presentes oficiais recebidos por Jair Bolsonaro mostra que o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, serviu como um operador no esquema de desvio de joias.

Alguns itens vendidos foram guardados na casa de Lourena Cid, que exercia cargo na Apex, em Miami. De lá, em mensagens de WhatsApp, o general da reserva ofereceu os presentes a possíveis compradores — foi em uma dessas conversas que Lourena Cid acabou enviando a foto do seu próprio reflexo em um dos itens à venda.

Segundo a PF, um dos lotes de presentes oficiais chegou à casa do general com a ajuda de empresários brasileiros com negócios nos Estados Unidos. O ex-ajudante de ordens Mauro Cid também acionou uma ex-assessora de Michelle Bolsonaro, lotada na embaixada, para usar — sem sucesso — a estrutura do Itamaraty com o objetivo de levar uma mala com os presentes à casa do seu pai. Além disso, Lourena Cid fez transações financeiras para entregar o dinheiro de itens vendidos a Bolsonaro.

“MAURO CESAR LOURENA CID seria ainda a pessoa responsável por receber, em nome e em benefício de JAIR MESSIAS BOLSONARO, os recursos decorrentes da venda dos bens. Por fim, identificou-se que os recursos auferidos com as vendas eram encaminhados em espécie para JAIR BOLSONARO, evitando, de forma deliberada, não passar pelos mecanismos de controle e pelo sistema financeiro formal, possivelmente para evitar o rastreamento pelas autoridades competentes”, diz o relatório.

Para a Polícia Federal, as ações tinham intenção deliberada de “ocultar a origem, localização e propriedade de recursos financeiros” decorrentes da venda de produtos do acervo brasileiro. Os valores guardados pelo pai de Cid foram enviados “em dinheiro espécie” para Jair Bolsonaro.

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“Em período não delimitado do ano de 2023, nos Estados Unidos da América, JAIR MESSIAS BOLSONARO, MAURO CESAR BARBOSA CID, MARCELO COSTA CAMARA, OSMAR CRIVELATTI, MAURO CESAR LOURENA CID e outras pessoas não identificadas, uniram-se, com unidade de desígnios, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos recursos financeiros decorrentes da alienação dos bens desviados do acervo público brasileiro. Tais recursos ficaram acautelados e sob responsabilidade do general da reserva MAURO CESAR LOURENA CID, pai de MAURO CESAR BARBOSA CID, e posteriormente transferidos, em dinheiro espécie, para a posse de JAIR MESSIAS BOLSONARO.”

A investigação identificou que o general Lourena Cid recebeu, pelo menos, 25.000 dólares em nome de Jair Bolsonaro, que teriam sido repassados em espécie ao ex-presidente.

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