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“Parlamentares viraram despachantes de emendas”, diz Oriovisto

Para o senador do Podemos, deputados e senadores focam no dinheiro em busca de votos e renunciam ao papel de debater os grandes temas da República

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 nov 2024, 17h29 - Publicado em 12 nov 2024, 17h26

Senador do Podemos do Paraná, Oriovisto Guimarães defendeu, nesta terça, na tribuna do Senado, o fim das emendas parlamentares. Para o parlamentar, deputados e senadores viraram, atualmente, meros despachantes de dinheiro e abandonaram o papel elementar do Congresso em “discutir grandes questões”.

“Nós temos um desvio de função no Brasil. Parlamentares deveriam discutir as grandes questões nacionais, como a reforma administrativa ou uma reforma tributária de verdade, mas não tocamos no assunto, e está havendo um desvirtuamento. O deputado ou senador acha que se ele levar verba para os seus estados, vai ter voto. Mas esse dinheiro é aplicado sem nenhum critério e transparência”, disse Guimarães.

Segundo o senador, o Parlamento “come hoje 24% do orçamento” e, por isso, as emendas deveriam acabar. “De 2014 a 2016, as emendas individuais estavam na faixa de 9 bilhões de reais por ano. Em 2020, o valor passou para 36 bilhões de reais e, em 2023, 43 bilhões de reais. Os parlamentares viraram despachantes de emendas que, na minha opinião, deveriam acabar ou, pelo menos, ter um teto”, seguiu o senador.

No pronunciamento, o senador paranaense também criticou a condução da política econômica do governo, com uma dívida interna de trilhões e, até agora, nenhum corte de gastos:

“Um partido que sempre falou que gasto é vida agora fala que vai cortar despesas. Quem fez o Tico e o Teco deles conversarem? Gasto é vida até certo ponto; depois é morte sofrida. Os investidores internacionais estão com medo é já não investem no país e o dólar está escalando. Se continuar nessa trajetória, o governo Lula três vai se transformar em governo Dilma”, disse Guimarães.

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