Pesquisa revela dado que embalou demissão da ministra da Saúde

Políticos são conhecidos por sua habilidade em transferir responsabilidades quando cobrados. A violência é hoje uma das maiores preocupações dos brasileiros? Culpa dos governadores, dirá o presidente da República. A saúde é outro grande tormento? Culpa do governo federal que não organiza o SUS, dirão os governadores.

A nova rodada da pesquisa Genial Quaest revela, nesta quarta, uma pista sobre os motivos que levaram o presidente a demitir, de forma constrangedora, a ministra Nísia Trindade, nesta terça.

Nos maiores colégios eleitorais do país e em redutos da oposição, a saúde é apontada como maior ou segundo maior problema enfrentado pelos eleitores. A violência, como se sabe, é uma fatura que Lula pode dividir com governadores. A saúde, no entanto, é uma bronca só dele e de quem administra a bilionária — e nem sempre eficiente — máquina do Ministério da Saúde.

Nísia caiu, após uma longa fritura, por atrasar demandas e não oferecer agendas positivas ao Planalto. Com um dos maiores orçamentos do governo, a ministra tinha, na avaliação de petistas — e de Lula —, a obrigação de ser a pasta mais positiva da Esplanada.

Demitir ministro está longe de ser uma saída para melhorar a Saúde, é verdade, mas é, no momento, a única carta na manga de Lula pode tentar convencer o país de que está fazendo alguma coisa para mudar o atual quadro.

A pesquisa Quaest ouviu entre 1.400 e 1.600 entrevistados em oito estados — São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás —, entre os dias 19 e 23 de fevereiro. A margem de erro varia entre 2% e 3%. Veja o gráfico sobre a preocupação dos brasileiros nesses estados:

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