A Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens dele e delator Mauro Cid pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação no caso da falsificação de certificados de vacinação contra a Covid-19.
A apuração era uma das mais avançadas na PF e agora deve seguir para a avaliação da PGR sobre eventual denúncia contra os investigados. O deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) também figura na lista de indiciados.
Como o caso está em sigilo, ainda não é possível confirmar se outros citados na apuração estão entre os indiciados pela PF. A operação que marcou o início da investigação mirava 16 alvos.
Em sua delação premiada, Cid acusou diretamente Bolsonaro de ter mandado falsificar atestados. No curso da investigação, a PF encontrou provas do crime tanto na casa de Cid quanto nos aparelhos eletrônicos de outros investigados, como o militar Ailton Barros, que organizou a inclusão dos dados falsos no sistema do SUS a partir da Prefeitura de Duque de Caxias, no interior do Rio de Janeiro, e guardava em casa as provas do crime.
Um conjunto de mensagens de WhatsApp encontrado pelos investigadores também registrou a dinâmica do crime. Segundo os investigadores, depois da inclusão fraudulenta dos dados no SUS, o certificado falso de Bolsonaro (veja a foto do certificado) foi emitido dentro do Palácio do Planalto, a partir de um computador usado supostamente por Mauro Cid. Tudo ocorreu em dezembro de 2022, dias antes de Bolsonaro e comitiva deixarem o país para um período de férias nos Estados Unidos.