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PGR denuncia Eduardo Bolsonaro ao STF por coação

Paulo Figueiredo também foi incluído na acusação apresentada por Paulo Gonet ao Supremo

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 set 2025, 15h23 - Publicado em 22 set 2025, 15h04

Chefe da PGR, Paulo Gonet apresentou denúncia, nesta segunda-feira contra o deputado Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo por coação em processo judicial.

Gonet acusa a dupla de praticar o crime de coação no curso do processo, em forma continuada — com pena de 1 a 4 anos de prisão, mais multa. O caso envolve a atuação de Eduardo e Figueiredo nos Estados Unidos, para obter sanções do governo de Donald Trump contra o STF e, assim, intimidar o Judiciário brasileiro de modo a livrar Jair Bolsonaro da prisão. O ex-presidente foi condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses de cadeia.

Em 63 páginas, Gonet detalha a atuação da dupla nos Estados Unidos para tentar intimidar ministros do STF e livrar o pai da prisão.

“Desde, pelo menos, momentos próximos ao recebimento da denúncia contra Jair Bolsonaro, que resultou na AP 2.668, até a presente data, os Senhores Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, de maneira livre, consciente e voluntária, articularam sucessivas e continuadas ações voltadas a intervir no processo penal e no feito com denúncia pendente de análise contra o próprio Paulo Figueiredo”, diz Gonet.

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As condutas criminosas, diz Gonet, “se sucederam, estruturadas pela ameaça de obtenção de sanções estrangeiras tanto para os Ministros do Supremo Tribunal Federal como para o próprio país. O propósito foi o de livrar Jair Bolsonaro, e também o próprio Paulo Figueiredo, da condenação penal pelos crimes que ensejaram a abertura de procedimentos criminais relativamente aos fatos narrados na Ação Penal 2.668”.

O chefe da PGR sustenta que o filho do ex-presidente e seu parceiro de atuação criminosa buscaram obter medidas junto ao governo de Donald Trump que prejudicassem a vida dos ministros do STF que julgaram Bolsonaro. As “violentas sanções”, segundo Gonet, foram armas usadas pela dupla para interferir no julgamento do STF.

“Mediante ameaça de violentas sanções, e efetiva aplicação de algumas delas, que conseguiram por meio da mobilização de agentes norte-americanos com poder de impor gravames a cidadãos brasileiros, os denunciados atuaram para interferir no resultado da AP 2.668, da competência da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. Visavam à extinção do processo sem condenações e, para isso, conceberam e externaram publicamente graves ameaças de males civis e financeiros, significativamente violentos, que dirigiram aos julgadores da causa, bem como chegaram a efetivar os danos que ameaçaram. A conduta retrata o crime de coação no curso do processo, tipificado no art. 344 do Código Penal”, diz o chefe da PGR.

Principais Condutas e Estratégia de Coação de Eduardo Bolsonaro:

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1. Articulação de Sanções Estrangeiras:

Desde pelo menos janeiro de 2025, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo viajaram aos Estados Unidos para explorar seus relacionamentos com o primeiro escalão do governo norte-americano e conselheiros diretos do presidente da República daquele país.

O objetivo principal era constranger a atuação jurisdicional do Supremo Tribunal Federal na AP 2.668 e na Petição n. 12.100, induzindo o governo norte-americano a adotar medidas retaliatórias contra o Brasil e autoridades brasileiras.

Essas ações buscavam compelir o STF a encerrar os processos sem condenações.

Como parte da estratégia, os denunciados ameaçavam as autoridades judiciárias e de outros poderes com a promessa de obter sanções norte-americanas destinadas a dificultar e arruinar suas vidas civis.

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2. Lobby e Pedido Explícito de Sanções:

A denúncia afirma que Eduardo se empenhou em obter dos EUA a aplicação de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes.

Eduardo sugeriu que o ministro se enquadrava para sofrer as “sanções OFAC” (sanções econômicas e de viagem), mencionando o precedente usado contra promotores do Tribunal Penal Internacional.

O deputado também realizou múltiplas viagens aos EUA desde a posse do novo mandatário norte-americano, articulando com parlamentares, integrantes do Executivo e expoentes da direita, como Steve Bannon.

Eduardo divulgou publicamente seu trabalho, afirmando que sua estada nos EUA iria “aumentar ainda mais a pressão” contra o ministro Alexandre de Moraes no Brasil.

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3. Celebração e Continuidade das Ameaças:

Após a suspensão dos vistos de oito ministros do STF em 18 de julho de 2025, Eduardo publicou um agradecimento ao Presidente dos EUA na rede social X, subindo o tom das ameaças com a frase: “de garantido só posso falar uma coisa: tem muito mais por vir”.

Eduardo e Paulo Figueiredo divulgaram uma “NOTA CONJUNTA À IMPRENSA” na qual se atribuíram a autoria das sanções (chamadas de “Tarifa-Moraes”).

Eles advertiram as autoridades brasileiras a adotarem uma “anistia ampla, geral e irrestrita” (que abrangesse Jair Bolsonaro) sob pena de agravamento das medidas.

O filho do ex-presidente chegou a afirmar que os brasileiros estariam dispostos a suportar o ônus das tarifas (que causavam prejuízos à economia brasileira), arrogando-se legitimidade para falar em nome da sociedade, pois a “Nossa liberdade vale mais que a economia”.

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4. Uso da Coerção Econômica (Tarifa e Magnitsky):

A denúncia detalha que Eduardo buscava forçar a população a crer que as sanções (como as tarifas de 50% sobre exportações brasileiras) eram causadas pela atuação dos Ministros do STF.

Eduardo conclamou a “elite brasileira” a pressionar Alexandre de Moraes, acenando com a possibilidade de o Brasil ser desligado do sistema SWIFT (essencial para transações internacionais).

Ele chamou a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes (que impõe sanções como o bloqueio de ativos) de “pena de morte civil”. Após a concretização dessa sanção, Eduardo continuou a promover a intimidação, celebrando novas revogações de vistos (como a de Rodrigo Pacheco e Ricardo Lewandowski) e instando pela extensão da Lei Magnitsky a outras pessoas.

5. Confissão do Propósito e Evidências Internas:

Mensagens de WhatsApp apreendidas revelam que o deputado relatava suas investidas nos EUA e instruía o pai sobre o conteúdo das manifestações públicas para não comprometer as articulações.

Eduardo expressou a preocupação de afastar outros atores políticos, como o governador Tarcísio Freitas, do acesso a altas autoridades americanas, a fim de garantir que o apoio dos EUA continuasse a depender da figura de Jair Bolsonaro, sustentando assim as pressões sancionatórias sobre o STF.

Em agosto de 2025, Eduardo resumiu o objetivo de sua atuação, jactando-se de ter conseguido “colocar na mesa o único fator que está possibilitando a gente sonhar com Bolsonaro não condenado, com Bolsonaro na corrida presidencial”.

A denúncia conclui que a atuação de Eduardo e Paulo Figueiredo visava sobrepor os interesses da família Bolsonaro às normas do devido processo legal e ao bom ordenamento da Justiça.

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