O doleiro Alberto Youssef tinha um espanhol no comando das entregas de propina do seu Money delivery descoberto pela Lava-Jato. Já o doleiro Lúcio Funaro gostava de fazer ele mesmo as entregas de dinheiro que ajudaram Geddel Vieira Lima a encher um apartamento em Salvador com 51 milhões de reais.
No universo dos escândalos de corrupção que dominam a política brasileira, a roubalheira na Paraíba acaba de produzir uma nova página: a entrada das mulheres no universo das entregas de propina.
Delator do esquema de desvios milionários na saúde e na educação da Paraíba, o empresário Daniel Gomes da Silva disse ao Ministério Público que o dinheiro da propina paga ao ex-governador Ricardo Coutinho voava de jatinho particular e com uma “mulher da mala”.
“Os repasses de propina, junto com o valor de ajuda para campanha foram na sua maioria enviadas de avião particular do Rio de Janeiro para a Paraíba”, diz um trecho do acordo de colaboração. Quem levava o dinheiro nos aviões particulares era Michelle Louzada, secretária de Daniel.
A campanha a que o empresário se refere é a de 2014, quando diz ter auxiliado Coutinho com 5 milhões de reais. Esse valor funcionou como uma espécie de “adiantamento” – nas palavras do colaborador. Segundo ele, os valores seriam para comprar apoio de partidos, em especial o PMDB e “também para prefeitos e deputados em campanha”.