‘Quando se fala em corrupção, nós temos o que falar’, diz Bolsonaro
Em discurso no Ceará, o presidente ignorou as denúncias sobre a atuação de pastores no MEC e disse que tentam igualar o seu governo aos antecessores
As denúncias de negociatas sobre liberação de verbas por meio de pastores evangélicos no Ministério da Educação, com direito a pedido de propinas em dinheiro e até em um quilo de ouro, já fizeram até a PGR de Agusto Aras pedir a abertura de invetigação contra o ministro Milton Ribeiro, nesta quarta-feira. Mesmo assim, o presidente Jair Bolsonaro repetiu há pouco o discurso de que não houve nenhuma denúncia de corrupção contra o seu governo em três anos e três meses.
“Cada vez mais, as cores verde e amarelo são vistas pelos quatro cantos do nosso Brasil. Vamos deixando para trás aquela cor vermelha, a cor do comunismo, a cor do atraso e da corrupção. E quando se fala em corrupção, nós temos o que falar. Três anos e três meses sem qualquer denúncia de corrupção em nossos ministérios”, declarou Bolsonaro durante cerimônia em Quixadá, no Ceará, para lançar algo batizado de Força-tarefa das Águas.
As denúncias sobre o balcão religioso de negócios instalado no MEC foram reveladas na semana passada pelo Estadão. Na noite desta segunda-feira, a Folha de S.Paulo divulgou um áudio do ministro Milton Ribeiro no qual ele admitiu privilegiar um pastor e disse que estava atendendo a um pedido do próprio presidente.
“Tentam a toda maneira nos igualar com quem nos antecedeu, mas não conseguirão, porque é um governo que, acima de tudo, tem profundo respeito pela sua população”, disse ele no seu discurso.