No novo lote de grampos enviado pela Polícia Federal à CPI mista do Cachoeira, Wladimir Garcez (espécie de faz tudo do bicheiro Carlinhos Cachoeira e de Claudio Abreu) conversa, pelo rádio Nextel, com o petebista Jovair Arantes. O deputado goiano reclama que Wladimir faltou a um encontro com ele e tenta combinar um novo dia para conversar com Cláudio Abreu e o bicheiro.
O grampo foi interceptado na manhã de 27 de fevereiro, uma segunda-feira, dois dias antes de a PF ter deflagrado a Operação Monte Carlo para prender o bando. No diálogo, Jovair diz a Wladimir que teria de viajar a Brasília, mas voltaria para Goiânia na quarta-feira (justamente no dia das prisões):
— Quarta vou voltar pra Goiânia, que tenho audiência no fórum, aí eu venho pra cá. Vê se da aí com eles?
Sem sequer desconfiar que terminaria aquela semana na cadeia, Wladimir diz que a agenda dos chefes na quarta está comprometida e explica a Jovair o motivo:
— Quarta nós estamos em Brasília. Temos reunião lá com o governador.
Jovair então pede para marcar a conversa na quinta-feira e diz que “não pode deixar de falar, porque já chegou no limite de decidir”. Wladimir concorda e finaliza:
— Quinta-feira, então, já leva o custo!
O grampo não revela se o “governador” que o bando iria encontrar em Brasília seria Agnelo Queiroz. Para os integrantes da CPI, o grampo seria mais que suficiente para justificar uma nova convocação de Agnelo, não fosse por um detalhe: o encontro com o bando acabou frustrado pela operação da PF naquela fatídica quarta…