“Era para defender o Islã”, diz um dos terroristas de Boston
Na VEJA.com: Internado em um hospital de Boston com ferimentos graves, Dzhokhar Tsarnaev pode ter começado na noite desta segunda-feira a esclarecer o que teria levado ele e o irmão Tamerlan, morto durante a operação policial de captura dos dois, a cometer o atentado na maratona de Boston na semana passada. Interrogado por investigadores federais, […]
Na VEJA.com:
Internado em um hospital de Boston com ferimentos graves, Dzhokhar Tsarnaev pode ter começado na noite desta segunda-feira a esclarecer o que teria levado ele e o irmão Tamerlan, morto durante a operação policial de captura dos dois, a cometer o atentado na maratona de Boston na semana passada. Interrogado por investigadores federais, Dzhokhar afirmou que ele e o irmão agiram sozinhos, sem ajuda de grupos terroristas internacionais, aprenderam a construir bombas por meio da internet e foram motivados por fervor religioso. O relato é das redes de televisão americanas CNN e NBC, que citam fontes do governo.
O irmão queria defender o Islã de ataques, afirmou Dzhokhar de acordo com a CNN – os dois seguem a religião islâmica e teriam adotado visões radicais. Tamerlan, o irmão mais velho morto, planejou tudo, segundo Dzhokhar. Com dificuldades para falar devido a um ferimento na garganta que também afetou a língua, o jovem responde às questões por escrito ou com movimentos da cabeça, esclarecem os investigadores ouvidos pela NBC.
Nesta segunda, ele passou de suspeito a acusado dos ataques após ter sido indiciado por utilizar armas de destruição em massa. Aos 19 anos, poderá ser condenado à morte se for considerado culpado, anunciou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Mas, como é cidadão americano, será julgado em um tribunal civil, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
A juíza federal Marianne B. Bowler compareceu ao hospital onde Tsarnaev está internado em estado grave para indiciá-lo por “uso e complô de utilização de uma arma de destruição em massa contra pessoas e bens dos Estados Unidos, resultando na morte de três pessoas e ferimentos em mais de 200”. Ele também foi indiciado por “destruição voluntária de bens com artefato explosivo”, segundo um comunicado do Departamento de Justiça.
No entanto, ele não será tratado como combatente inimigo, como defendem alguns republicanos, disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, segundo o qual é “contra a lei” aplicar esse status quando se trata de cidadãos americanos. Tsarnaev, natural da Chechênia, conseguiu a cidadania americana em 11 de setembro de 2012.
“Vamos processar este terrorista através de nosso sistema de justiça civil”, disse Carney durante sua entrevista coletiva diária. O porta-voz lembrou que, desde os atentados de 11 de setembro de 2001, “a justiça federal foi usada para condenar e prender centenas de terroristas”.
“O julgamento de Tsarnaev em um tribunal civil é a forma apropriada de atuar”, opinou Carney. “Quando se trata de cidadãos dos Estados Unidos é contra a lei levá-los para comissões militares”, justificou. A primeira audiência foi marcada para o dia 30 de maio, informou a procuradoria federal. Ainda não se sabe se o rapaz estará presente.