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Vá lá que Leonardo Prudente (sem partido), deputado do Distrito Federal, tenha direito ao processo legal. Os caminhos do estado democrático e de direito nem sempre são os mais curtos, mas devemos ter como certo que cumpri-los, ainda que, às vezes, isso pareça enervante, é ainda melhor do que buscar atalhos, fonte certa de injustiças futuras. Assim, mesmo sendo quem é, o que as câmeras mostram, mesmo em seu comportamento asqueroso, há uma lei que o ampara, mas que também o pune. Cumpre vigiar para que se chegue à punição. Ponto parágrafo.
Agora, presidir a Câmara Distrital? Bem, aí já é um pouco demais, não? Aí é escárnio. A função é, antes de mais nada, institucional. Ele é o representante da hora do Poder Legislativo. Se a lei ainda não permite que se lhe dê um pé no traseiro — e, felizmente, ele não poderá se candidatar no próximo pleito porque está sem partido —, há de permitir que não macule a instituição com o seu comportamento indecente, criminoso.
E Arruda? Deveria estar no cargo? Se a imagem for o que, tudo indica, é, ele deveria é estar na cadeia, não no governo. Mas aí o trâmite é um pouco mais complicado, por mais que isso choque o nosso senso individual de justiça. Quando recebeu o pacote de dinheiro — aquele de que se tem imagem —, ainda não estava no governo. Para retirá-lo, será preciso que a Câmara Distrital acate o pedido de impeachment. Parece improvável que isso aconteça. Se conforta saber que ele está eleitoralmente liquidado, não é para ninguém se conformar com a eventual impunidade.
O triste, no caso do Distrito Federal, é que, caso não se mude a escrita que há lá até agora, os amadores de Arruda vão cair fora para dar lugar aos profissionais de Joaquim Roriz. Pobre Distrito Federal! Tão cheio de sol, tão pobre de luz!