Vamos botar as coisas no seu devido lugar. No ano passado, Marcos Pereira, presidente do PRB, coordenador da campanha de Celso Russomanno à Prefeitura e “bispo” da Igreja Universal, escreveu um artigo atribuindo os kits gays preparados pela gestão de Fernando Haddad no MEC à Igreja Católica. Trata-se de uma mentira, pela qual o rapaz não se desculpou. Os kits gays são um lixo pedagógico — trata-se de puro proselitismo elaborado por ONGs militantes, não de combate à homofobia — e nada têm a ver com a Igreja Católica.
O texto voltou a circular nas redes sociais, no ambiente de partidários da candidatura Russomanno. Dom Odilo Scherer, cardeal da Arquidiocese de São Paulo, reagiu. E fez muito bem! Publicou uma nota, que está sendo lida nas missas católicas, repudiando o ataque mentiroso feito pelo homem de Macedo, que cuida da candidatura de Russomanno.
Alguns tontos estão tentando ver nisso uma guerra religiosa. Uma ova! Não se trata de um confronto entre católicos e evangélicos, não! Até porque a igreja criada por Macedo representa apenas uma parcela dos evangélicos — e está muito longe de ser a maior. Lembro, por exemplo, que, quando os católicos tiveram símbolos seus agredidos numa parada gay, no passado, Silas Malafaia, pastor da Assembleia de Deus, reagiu em defesa dos católicos.
Dom Odilo está repudiando o uso político-partidário da religião. E está certo nisso! Os cristãos, não importa a sua denominação, podem e devem se mobilizar em defesa de seus valores nas eleições. Assim se faz em todo o mundo democrático. Mas é preciso repudiar o uso eleitoreiro da fé, especialmente quando ele vem ancorado na inverdade.
Observo que, até agora, Pereira, o coordenador de Russomanno, não pediu desculpa aos católicos. Aliás, ele precisa se desculpar também com os fiéis da Universal, que não podem conviver com a mentira que ele espalhou.
PS – O texto mentiroso de Pereira está na página oficial de Edir Macedo, o que não me espanta.