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Cunha faz o certo e mobiliza Câmara para interpelar Catta Preta

Eu não estou nem aí, pouco me importa e pouco importa ao país, se Júlio Camargo, ex-cliente de Beatriz Catta Preta, é o homem que acusa Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara. O que me interessa é que uma advogada, na posse perfeita de suas faculdades mentais e profissionais, disse ao Brasil, no Jornal Nacional, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h48 - Publicado em 1 ago 2015, 20h13

Eu não estou nem aí, pouco me importa e pouco importa ao país, se Júlio Camargo, ex-cliente de Beatriz Catta Preta, é o homem que acusa Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara. O que me interessa é que uma advogada, na posse perfeita de suas faculdades mentais e profissionais, disse ao Brasil, no Jornal Nacional, que está sendo ameaçada por integrantes da CPI do Petrolão.

Não só ela. Também a sua família estaria em risco, disse. E aí fez o anúncio espetacular: vai até deixar a advocacia por isso. Mas quem ameaça? Como? Isso ela não contou.

Se outros perderam o senso de proporção e de limite, estou entre os que não perderam. A acusação, como foi feita, sem nomes, pesa contra um dos Poderes da República, de que a CPI é um dos mais caros instrumentos. Existe alguma prova, algum indício, algum elemento circunstancial? Foi por intermédio de telefonema, SMS, mensagem pelo whatsApp, e-mail, uma pomba com a cabeça arrancada deixada na caixa do Correio? Foi recado de alguém, amigo ou inimigo? De quem? Foi a simples convocação para a CPI que fez a doutora mudar até de profissão — ela ainda não anunciou qual será a sua nova ocupação? Sugiro a Escolinha do Professor Raimundo de Roteiristas da Globo…

Pois bem. o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta sábado, por intermédio do Twitter, que vai acionar a Procuradoria Parlamentar da Casa para interpelar judicialmente Beatriz. É o mínimo que ele tem de fazer, ainda que não se chamasse Eduardo Cunha, mas J. Pinto Fernandes. Trata-se de um dos Poderes da República, caramba! Imaginem se alguém diz no Jornal Nacional que está sendo ameaçado pela Presidência da República. Acontece o quê? Ou pessoalmente pela presidente? E que se note: ela não disse o nome de Cunha, mas tudo era claro demais.

Tem de interpelar, sim! Ela tem de dizer os nomes. “Ah, gente! Cunha já tem uma lista imensa de cadáveres nas costas; é preciso tomar cuidado!!!” Mas ele tem? Se há partidos e lideranças com cadáveres no armário (há?), certamente não são o PMDB e o presidente da Câmara.

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Se ele cometeu crime e recebeu propina, que se dane, a exemplo de outros ladrões nessa história. Mas a produção de provas há de seguir caminhos mais ortodoxos do que esse, não é? Beatriz é penalista e deve saber a enormidade que praticou ao conceder a entrevista, pressionada sei lá por quem ou por quê.

Escreveu Cunha: “A acusação atinge a CPI no seu conjunto e a Câmara como um todo, devendo ela esclarecer ou ser responsabilizada por isso”. Irretocável! É isso mesmo.

Eu havia escrito pelo menos quatro textos contra a convocação de Beatriz pela CPI — antes de ela conceder aquela entrevista. Depois dela, agora eu sou um ferrenho defensor de sua ida à comissão. Não para revelar quanto ganha e a origem do dinheiro dos clientes, mas para dizer que a ameaçou e como se deu a ameaça.

Cunha negou ainda que organize uma pauta-bomba para a volta do recesso: “A tentativa de colocar nas minhas costas uma chamada pauta-bomba para prejudicar as contas públicas não tem o menor sentido. Tenho absoluta consciência do momento de crise econômica e sempre me pautei por posições contrárias ao aumento dos gastos públicos”. Ele criticou ainda a incapacidade do governo de cortar gastos: “Mesmo que para a economia isso não fosse tão significativo, o exemplo seria um importante sinal para a sociedade”.

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Beatriz se encalacrou. Ou revela nomes e arca com as consequências, ou diz que estava apenas contando uma mentirinha no Jornal Nacional, numa entrevista que foi usada para passar dois recados:
a: não vai fugir do Brasil;
b: vai deixar a advocacia.

Recados enviados a quem? Àqueles que supostamente a ameaçaram? Não pode ser? A seus admiradores? Não pode ser. Seria ao Ministério Público, com quem trabalhou com tanta intimidade nesses dias?

Aguardamos o depoimento.

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