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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Dilma dá aula de biologia política a José Trajano, Juca Kfouri, Zé Celso, Fernando Morais, Mercadante e Cerqueira Leite. A lógica foi espancada!

Em almoço em condomínio chique de Campinas, Dilma ignora o bom senso para uma plateia pouco interessada nos fatos

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h32 - Publicado em 10 jun 2016, 00h29
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  • Quando era presidente, Dilma se fez notável por não ter aprendido a diferença entre um mosquito e um vírus. Também criou a teoria de que era o ovo — que, segundo ela, era posto “principalmente pela mosquita” (!!!) — que transmitia dengue, zika e chikungunya. Mais refinados do que suas aulas de biologia, só os seus tratados de antropologia, que não pouparam a bola, a mandioca, a criança e o cachorro…

    Dilma com um prato de salada na casa de Cerqueira Leite (de pulôver vermelho): quase vegetariana, com paixões sanguinolentas

    Dilma com um prato de salada na casa de Cerqueira Leite (de pulôver vermelho): quase vegetariana, com paixões sanguinolentas. Ao fundo, à direita, Paulo Sérgio Pinheiro

    Nesta quinta, Dilma almoçou na casa do físico Rogério Cézar de Cerqueira Leite, num condomínio chique em Campinas. E resolveu voltar às suas aulas de biologia, agora aplicadas à política. A mulher que levou o Brasil à bancarrota; que teve a campanha eleitoral financiada por recursos ilegais; que quebrou a Petrobras; que fabricou ao menos três anos de recessão; que fez a inflação fugir do controle; que mandou os juros para os cornos da lua; que fabricou o maior déficit fiscal da história; que conduziu a infraestrutura brasileira ao colapso; que quebrou o setor elétrico… Bem, esta senhora se esmerou na teoria.

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    Disse a Lírica da Mandioca:
    “Há, de fato, um golpe no Brasil. Mas há algo pior que um golpe. Quando você destrói ou cria mecanismos que levam à destruição do regime democrático, você pode fazer de dois jeitos, o jeito do golpe militar, que é como se cortasse a árvore com o machado, ou do jeito do golpe parlamentar, em que você pega a árvore da democracia e infesta de parasitas”.

    Como se sabe, democracia limpa, sem pragas, é aquela que era comandada por Lula, José Dirceu, João Vaccari Neto, Delúbio Soares, Dilma Rousseff… E que tinha como protagonistas patriotas como Paulo Roberto Costa, Renato Duque, José Sérgio Gabrielli, Guido Mantega, os companheiros empreiteiros…

    Ouviram atentamente os ensinamentos da professora Dilma, além do anfitrião, o dramaturgo José Celso Martinez Correa, os jornalistas José Trajano e Juca Kfouri, o escritor bolivariano Fernando Morais e Aloizio Mercadante, aquele senhor que, quando ministro da Educação (!!!), manteve um encontro com o assessor de Delcídio do Amaral, que estava preso, para tentar convencer o então parlamentar a não fazer acordo de delação premiada. Em troca, a família receberia o auxílio necessário. Também estava presente Marcos Pochmann, que chefiou o Ipea e se tornou notável por perseguir adversários ideológicos.

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    Dilma fornece suas iluminações a José Trajano (de costas) e Juca Kfouri: aula sobre parasitas

    Dilma fornece suas iluminações a José Trajano (de costas) e Juca Kfouri: aula sobre parasitas

    Dilma, cuja campanha recebeu dinheiro no caixa dois de empreiteiras e lobistas, grana confessadamente oriunda de propina, continuou a sua especulação intelectual: afirmou que o tal golpe foi dado pela “direita” — logo, entende-se que o dinheiro sujo que a financiou era de esquerda, certo? A direita, no caso, segundo ela, é o PMDB. Quando o partido estava na sua base de apoio, era de centro. E todos anuíam, fazendo com a cabeça o sinal quase universal da sabujice. Como eu sei?

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    Este blog tem leitores no mundo inteiro. Naquele condomínio também, ora. Na verdade, estava lá. Vejam as fotos exclusivíssimas.

    Dilma engana a dieta com um docinho. Tudo bem: Pochmann, presente, lembrava que a vida pode ser sem doçura

    Dilma engana a dieta com um docinho. Tudo bem: Pochmann, presente, lembrava que a vida pode ser sem doçura

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    E Dilma resolveu encerrar com uma aula de lógica para quem faz questão de ter os dois pés no chão e as duas mãos também: disse que o tal “golpe” foi patrocinado pelo PMDB para impedir que a Lava-Jato chegasse à sua cúpula. E a prova seriam os diálogos gravados por Sérgio Machado.

    Huuummm… A plateia era toda de esquerda, o que implica, de antemão, que a lógica não se fazia presente. De resto, essa disciplina certamente não é da predileção de um dramaturgo idiossincrático, de um escritor bolivariano e de um economista dito “desenvolvimentista”. Poderia ser do interesse de dois jornalistas esportivos, mas eles certamente estavam lá, como se diz, “a nível de pessoas”, né?

    Houvesse seres lógicos ali, ao menos um teria se lembrado de perguntar:

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    — Presidenta, se o PT diz que a Lava-Jato é uma articulação de setores de direita que tomaram conta do MP e da PF, como diz o Rui Falcão, por que a direita iria derrubá-la para atacar justamente a Lava-Jato?

    — Presidenta, se as gravações de Sérgio Machado provam o golpe do PMDB para atingir a Lava-Jato, como é que vieram a público com o PMDB já no poder, alvejando justamente o partido?

    — Presidenta, quanto é 13 menos 4?

    E ela teria respondido com a convicção de sempre:
    — Lindinho, isso eu já ensinei! Sete!

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