Encerrei o post anterior trazendo à luz uma troca de e-mails de 30 de janeiro de 2015. Diogo me pede conselhos e lamenta o fato de a gente não ser sócio. Pois é… Meros de 25 dias depois veio a porrada em mim, oriunda do nada. Descobri depois que, na área de comentários do site, os valentes já estimulavam o vale-tudo contra mim.
Vamos lá. No dia 24 de fevereiro de 2015, escrevi um texto em que afirmava coisas como:
“(…)
E quem quiser populismo rasteiro que vá buscar em outro lugar.
Todos querem que se faça justiça, e eu também. Todos querem que os responsáveis sejam punidos, e eu também. Todos querem que os corruptores paguem, e eu também. Mas eu quero — e espero que todos queiram — que isso se faça dentro do devido processo legal e de acordo com as leis.
Há um viés meio populista nessa coisa toda — e não me peçam para condescender com isso. Especialmente quando sabemos que o petista Renato Duque está solto, e os outros, presos.
Prisão preventiva não pode ser vista como antecipação de pena. Nem pode ser usada para demonstrar a tese dos órgãos de investigação. Para arrematar: o Ministério Público vai ou não celebrar o acordo de delação premiada com Ricardo Pessoa, da UTC, o que tem uma impressionante artilharia contra o PT, denunciando a verdadeira natureza do jogo?”
Muito bem. Alguns minutos depois, “O Antagonista” publicava isto:
Li, atendendo a pedido de Diogo, a página por alguns dias. Quando percebi que os males essenciais que lá havia – e há — não tinham cura, parei. E é claro que não o importunei com conselhos. Eu não havia levado a sério aquilo que ele havia me pedido. Portanto, eu jamais saberia da baixaria acima não fosse alertado por leitores. Como vocês constatam, o post não cita o meu nome. A porradaria explícita ficou para a área de comentários.
Acusar-me de “tucanismo” é uma espécie de mantra a que recorrem os petralhas e a extrema -direita. De resto, “O Antagonista” está muito mais próximo de alguns tucanos do que eu, ainda que, reconheça-se, de forma um tanto estranha.
A página fustigava, por exemplo, João Doria, candidato do PSDB à Prefeitura no ano passado. Dizia ser ele mero cavalo de troia de Fernando Haddad e Gabriel Chalita. A tese, bastante original, era a de que Geraldo Alckmin havia escolhido Doria para perder. Uma vez vitorioso, Haddad sairia candidato ao governo do Estado, e Chalita, seu vice e amigo do governador, assumiria a Prefeitura. Doria venceu. Consta que “O Antagonista” passou a gostar muito de sua gestão.
Volto ao ponto. Achei a coisa espantosa. O texto é de Mario Sabino. Há um rancor, um ódio e um desejo de fuzilar o adversário que lhe são muito característicos. Enviei à dupla o seguinte e-mail no dia seguinte:
Vejo que atropelei pontuação e tudo. É provável que estivesse um tanto chocado. Diogo respondeu:
Que tipo de gente diz isso? Era o mesmo cara que havia me pedido conselho 25 dias antes e que lamentava o fato de não sermos sócios. A propósito: os amigos de Diogo têm de saber, não é? Estão correndo riscos permanentemente. Se é que lhe sobra algum. Respondi, então, o que segue:
Terminava assim, de forma tão asquerosa, uma amizade de quase 10 anos. Amizade à qual dispensei o devido cuidado. Sou sempre zeloso com as pessoas de que gosto. Como já informei, ele propôs um reatamento no ano passado. Rejeitei com educação. Duas semanas depois, eles voltaram ao ataque.
É de amizade e zelo que trata o próximo post.