O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira se entregou à Justiça Federal nesta sexta-feira. Antecessor do notório João Vaccari Neto na tesouraria da legenda, Ferreira era alvo de um mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Federal de São Paulo, na Operação Custo Brasil, que, deflagrada ontem, é um desdobramento da Operação Lava Jato.
Ferreira chegou por volta das 15h à sede da Justiça Federal na capital paulista, onde depôs por cerca de 50 minutos. Ele é suspeito de participar da negociação e receber propina do contrato firmado em 2010 pelo Ministério do Planejamento com a empresa Consist, que serviu de canal para que a quadrilha investigada na Custo Brasil desviasse 100 milhões de reais de empréstimos consignados de servidores da pasta, então comandada pelo ex-ministro Paulo Bernardo, preso ontem na operação.
Parte do dinheiro foi destinada ao caixa dois do PT, cujo caixa Paulo Ferreira controlou entre 2005 e 2010. A operação envolvia inicialmente a empresa de fachada CRLS Consultoria e Eventos, depois a PolitecTecnologia da Informação e, por fim, a Jamp Engenharia, do lobista Milton Pascowitch.
Um dos argumentos que baseiam o pedido de prisão de Ferreira é que ele teria tentado “interferir” no depoimento de Pascowitch à força-tarefa da Lava Jato, “afinando [com ele] o discurso”, o que caracteriza tentativa de obstrução das investigações.