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Reinaldo Azevedo

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João Santana confirma: Dilma sabia de caixa dois na campanha

Marqueteiro prestou depoimento em ação que tramita na Justiça Eleitoral e que pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 20h56 - Publicado em 24 abr 2017, 23h48

Na VEJA.com:

Marqueteiro das campanhas presidenciais dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o publicitário João Santana afirmou nesta segunda-feira, em depoimento à Justiça Eleitoral, que a ex-presidente cassada sabia do esquema de caixa dois utilizado em 2014 em sua campanha à reeleição. Santana fechou acordo de delação premiada na Operação Lava Jato e é testemunha-chave no processo em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai decidir se cassa a chapa Dilma-Temer, vencedora no último pleito.

Santana depôs por cerca de duas horas, por meio de videoconferência, ao ministro Herman Benjamin, relator da ação de impugnação de mandato em tramitação no TSE. Pouco antes das 9h30 desta segunda-feira, a sócia e mulher dele, Mônica Moura, também delatora da Lava Jato, relatou ter tratado pessoalmente com Dilma, em uma reunião no Palácio do Planalto em 2014, do esquema ilegal de arrecadação de recursos para a disputa eleitoral. Na versão apresentada pela publicitária ao ministro Benjamin, os contatos com o PMDB e com o então candidato a vice-presidente, Michel Temer, se resumiam a preparações para os programas de TV.

A delação premiada do casal João Santana e Mônica Moura é considerada a pá de cal em Dilma Rousseff na ação que tramita no TSE. O vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, revelou a existência do acordo com a Justiça após a defesa da ex-presidente ter conseguido que o processo fosse reaberto para a oitiva do ex-ministro Guido Mantega. Mantega, aliás, é apontado pela dupla de marqueteiros como o operador do caixa dois presidencial na campanha de 2014. Na campanha anterior, como o casal já havia admitido ao juiz Sergio Moro, cabia ao ex-ministro Antonio Palocci a tarefa de administrar os recursos não contabilizados, provenientes dos cofres da Odebrecht, para irrigar o caixa eleitoral de Dilma.

Também em depoimento à Justiça Eleitoral, o delator da Odebrecht Hilberto Mascarenhas já havia afirmado que João Santana recebeu, via caixa dois, pelos serviços de marketing político prestados a campanhas presidenciais em El Salvador, Angola, Venezuela, República Dominicana e Panamá.

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