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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

REAÇÃO – Há duas novidades no meio discente da USP: uma é chapa de não-esquerdistas; a outra é o fato de ela já ter mais votos do que a dos petistas

Caras e caros, Há mais de 250 comentários ainda na fila, como sabem os missivistas. E sei que prometi mais um texto sobre Agnelo Queiroz (PT), o governador do Distrito Federal, que escreverei.  Tinha me destinado a cuidar deste outro assunto na madrugada, mas vai agora. Expressei, sim simpatia — eu, e não a VEJA […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 09h11 - Publicado em 2 abr 2012, 20h44

Caras e caros,

Há mais de 250 comentários ainda na fila, como sabem os missivistas. E sei que prometi mais um texto sobre Agnelo Queiroz (PT), o governador do Distrito Federal, que escreverei.  Tinha me destinado a cuidar deste outro assunto na madrugada, mas vai agora. Expressei, sim simpatia — eu, e não a VEJA — pela chapa “Reação”, única não-esquerdista que disputava o DCE da USP. Defendi que a “maioria silenciosa” da universidade fosse às urnas. Dada a história, sempre soube que era difícil. Afinal, qual é a tradição na USP?

A Reação ficou em segundo lugar. Venceu a “Não vou me Adapatar”, uma união entre PSOL e PSTU, que se odeiam, diga-se. E eles se odeiam por quê? Ah, divergências sobre a leitura correta da… herança trotskista!!! Como vocês imaginam, tem tudo a ver com as necessidades dos estudantes da USP, né? Pior: a maioria não deve ter lido nem o “Programa de Transição”, de Trotsky. A propósito: qualquer um com miolos e que entenda do riscado sabe que a existência do trotskismo sem o stalinismo ��� ou, vá lá, o modelo soviético — é, assim, como naquela música, o Piu-piu sem o Frajola… Publiquei o resultado da disputa já na manhã de sábado. A Não Vou Me Adaptar obteve 6.964 votos, bem à frente da Reação: 2.660.

Aquela turma que janta com o Zé Dirceu — e que o Zé Dirceu janta — anuncia: “A VEJA perdeu a eleição do DCE…” Pfui… Tontos! A VEJA não apoiou ninguém. Eu emprestei meu apoio — que é nada além de moral. Afinal, à diferença dos esquerdistas, não tenho dinheiro para financiar essas aventuras. Quem realmente perdeu a eleição na USP foi o PT, cuja chapa obteve menos votos do que a Reação, que não tinha o apoio de partido nenhum.

Refresco a memória: o pleito estava marcado para novembro. Os esquerdistas de todas as tendências se juntaram para dar um golpe. E deram! Adiaram o confronto para março. Conforme deixaram registrado em e-mails, tinham receio de que a Reação — “a direita”, como eles dizem — vencesse. Era um receio fundado. Em 2009, a chapa Reconquista, com ideário semelhante, ganhou, mas não levou. Também daquela vez os golpistas se juntaram para impugnar votos e fraudar o pleito.

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Atenção! Neste 2012, houve um comparecimento considerado recorde: 13.134 alunos — 2.660 deles para votar na Reação! As esquerdas empreenderam, com os recursos de seus respectivos partidos, uma impressionante campanha de demonização da chapa “de direita”. Os lances de baixaria estão na Internet. Que recorressem ao primitivismo de suas convicções ideológicas, vá lá… Mas não! Optaram pelo crime pura e simplesmente. O PCO chegou a divulgar um falso e-mail que teria sido enviado pelo comando do PSDB pedindo votos à Reação.

Muito bem! Não tenho aqui detalhes dos números — não sei se esse total comporta brancos e nulos, por exemplo. Não imposta. Dou de barato que 2.660 pessoas votaram na não-esquerda, e 10.474 nas esquerdas. A USP tem mais de 80 mil alunos. Eu estou absolutamente convicto de que há mais esquerdistas lá do que esses 13%. Assim como estou certo de que existem mais não-esquerdistas do que aqueles 3,3%. A verdade insofismável é que o tal “recorde” de comparecimento representa apenas 16% dos alunos! Nada menos de 84% nem sequer compareceram para votar porque não reconhecem o DCE como uma instância que os represente.

Foi o que a esquerda contemporânea conseguiu fazer com o movimento estudantil. A sua “democracia” é a da minoria “mobilizada”. O resto que se dane! Infelizmente, só uma pequena parcela da maioria silenciosa compareceu. Se querem saber, a Reação acabou dando alguma vida à disputa, que era apenas um jogo travado entre os mortos, entre correntes que não têm a menor importância ou expressão na sociedade. Ou então vejam: em que outro lugar do país PSOL e PSTU, unidos, são “poder”? Só em alguins DCEs. Ainda assim, no ano passado, levaram um olé da extrema esquerda heavy metal — PCO e LER-QI — e tiveram de apoiar a invasão doidivanas da Reitoria.

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As novidades na USP
Não sei se o núcleo que forma a chapa Ração se manterá unido. Para pessoas que não são estudantes profissionais, que não são quadros de partidos infiltrados na universidade, é sempre mais difícil. À diferença daquela turma, os estudantes da Reação são… estudantes mesmo! Muitos deles trabalham; não são sustentados pelo pai “burguês”, pela máquina partidária ou pela grana de sindicatos. As esquerdas profissionalizaram os seus quadros. Os que as enfrentam, como vocês sabem, não.

Um comunicado da Reação anuncia que, como é mesmo?, “a luta continua”! Tomara que assim seja. Expressei, sim, o meu apoio moral à chapa Reação e apoiarei qualquer movimento que, ABRAÇANDO OS VALORES LIBERAIS E DEMOCRÁTICOS, tente expulsar, por meio do voto, aquele cancro de velharias lá instalado.

Há duas novidades na USP se querem saber: 1) uma é a existência de uma chapa de alunos não-esquerdistas, o que deixa aquela gente furiosa; 2) a outra é o fato de essa chapa ter hoje, na Universidade, mais votos do que a chapa do PT. E sem máquina partidária!

Não deu em 2012? Que se tente de novo em 2013, em 2014, até o fim dos tempos. A luta contra esse esquerdismo vagabundo, mixuruca, ignorante e financiado não tem data de vencimento, não tem prazo de validade. É uma questão civilizacional, onde quer que se dê: na rua, na chuva, na fazenda, na USP ou numa casinha de sapé…

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