Que coisa curiosa, não? Alguns que vieram aqui só pra me ofender, defendendo Gilberto Dimenstein, ignoram, para não variar, o que escrevi. Ora, por que não tentam demonstrar que ele foi lisonjeiro com as mulheres? Eu expus o meu argumento. Façam o mesmo.
Olhem aqui: este senhor é o responsável pela criminalização de uma prática política que não tem nada de criminosa. É normal que políticos disputem outros cargos. Quem vai decidir se merecem ou não a distinção são os eleitores. De toda sorte, ele poderia ser, então, intelectualmente honesto nos seus critérios.
Por que nunca tratou do caso de Gabriel Chalita, que se candidatou a vereador e deixou o mandato para ser deputado? Pior: foi eleito vereador pelo PSDB, mudou para o PSB, elegendo-se deputado, e se mudou de mala e cuia para o PMDB, de José Sarney. Querem outro exemplo?
Dimenstein resolveu abraçar a causa das bicicletas. Até apoiou o desfile dos exibicionistas peladões. Disse que era uma boa maneira de tirar a roupa por São Paulo. Pois bem: o petista Fernando Haddad afirmou que, se eleito, vai extinguir a taxa anual da inspeção veicular, coisa de R$ 44, acho. Caso eleito e se o fizer, é evidente que os que não têm carro pagarão a inspeção dos que têm, certo? Alguns milhões deixarão de ser investidos em outras áreas.
Dimenstein ouviu tudo e não pedalou.
Aí Gabriel Chalita, do PMDB, teve uma ideia ainda mais ousada: simplesmente acabar com a inspeção veicular, de graça ou não, restringindo-a a caminhões ou ônibus. O problema é que ela é uma determinação legal, da legislação federal. E nada se disse a respeito. Como se vê, há certo tipo de “progressista” que se cala diante de propostas que considerariam “reacionárias” se defendidas por políticos que não são de sua afeição.
A propósito: o que o síndico acha de o primeiro grande comício da campanha de Haddad — marcado, de resto, para abril, o que é ilegal — estar previsto para São Bernardo, evidenciando que o PT não está exatamente interessado na Prefeitura? Também essa opinião se desconhece.
Mas não lhe nego mérito, não! Afinal, ele é o autor da única peça de propaganda que os adversários usam contra Serra: o tal papel assinado; o tal papel que tenta transformar em crime o que é legal.
Eu sou de outra cepa: procuro não transformar em coisa legal o que é crime.
Como diria MV Bill, “essa é a minha vida, esse é o meu clube”.