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Reinaldo Azevedo

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Rio prepara plano B para a visita do papa

Por Cecília Ritto, na VEJA.com: A primeira preocupação da Igreja Católica no Brasil, nas horas seguintes ao comunicado de renúncia do papa Bento XVI, foi a de tranquilizar a comunidade cristã envolvida na organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontecerá no Rio de Janeiro entre 23 e 28 de julho. Afinal, o ponto […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h52 - Publicado em 14 fev 2013, 20h54

Por Cecília Ritto, na VEJA.com:
A primeira preocupação da Igreja Católica no Brasil, nas horas seguintes ao comunicado de renúncia do papa Bento XVI, foi a de tranquilizar a comunidade cristã envolvida na organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontecerá no Rio de Janeiro entre 23 e 28 de julho. Afinal, o ponto alto do evento era justamente a presença do sumo pontífice, algo que na manhã de segunda-feira havia se tornado uma grande interrogação para quem planejava viajar ao Rio. Foi o próprio arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, quem se encarregou de, em seu pronunciamento, tranquilizar os fiéis. A jornada está mantida, e, como havia afirmado o próprio Joseph Ratzinger, a presença do papa no Rio sempre foi certa, independentemente de quem estivesse à frente da Igreja.

Dias depois do anúncio de Bento XVI, uma reavaliação dos efeitos da renúncia traz, para o Rio e a Igreja, uma nova perspectiva. A Jornada Mundial da Juventude não está apenas mantida e com presença confirmada do novo papa, mas também espera receber um público ainda maior que os 2 milhões de pessoas inicialmente aguardadas para os atos de celebração em solo carioca. “Esse é um dos itens de nossa ansiedade. Estávamos nos preparando para receber dois milhões de pessoas. Talvez, pela novidade do papa, esse número aumente. Certamente temos que estar preparados para essa possível mudança”, afirma dom Antônio, vice-presidente do Comitê Organizador Local da JMJ (COL), em entrevista ao site de VEJA.

O motivo inicial para esse aumento de público, avaliam os envolvidos no planejamento da jornada, é o fato de o Rio de Janeiro ser, provavelmente, uma das primeiras viagens internacionais do novo papa – e certamente a primeira passagem pela América do Sul. Mas há ainda outros fatores que podem alavancar ainda mais a peregrinação. No caso de se confirmar a escolha de um papa mais jovem, com maior carisma e intenção de se aproximar da juventude, o interesse pela programação no Rio pode ser multiplicado.

Se o novo papa for eleito em março, como é esperado, ele terá, primeiro, que organizar o Vaticano, fazendo nomeações para os cargos nas congregações e no pontifício conselho. Até que a casa esteja em ordem, a Igreja Católica no Rio se prepara para ser a primeira parada do papa fora da Itália. Na cidade-sede da JMJ, por enquanto, ficam mantidos os lugares programados para receber os atos centrais e a missa de encerramento. Ou seja, o papa aparecerá, primeiramente, na Praia de Copacabana, nos dias 25 e 26, onde falará poucas palavras, e participará da missa final, em Guaratiba, na zona oeste, preparada para receber 2 milhões de fiéis. “Quais serão as providências em caso de chegar mais gente do que o número que trabalhamos até o momento? Tanto no COL, quanto no governo, será preciso traçar um plano B para se houver maior fluxo de pessoas. Esse estudo está sendo pensado”, diz dom Antônio.

Nacionalidade
No caso de escolha de um papa europeu, é possível que mais pessoas de países da Europa venham ao Rio. A maior parte deverá chegar da América Latina pela proximidade e pelo custo da viagem. “Se for um papa da Europa, talvez venham mais pessoas de lá. Até o momento, contamos com 100.000 europeus”, afirma dom Antônio. Em 2005, quando o papa João Paulo II morreu, três meses e meio antes da jornada da Alemanha, o evento foi inflado pela escolha de um sucessor alemão, Bento XVI, que esteve presente.

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A expectativa é de que o novo papa tenha maior vigor físico e seja mais novo do que o seu antecessor. Pode ser que essas características, se confirmadas, deixem o novo líder da Igreja Católica mais a vontade para aumentar a sua participação na jornada. “O papa Bento XVI, a princípio, teria uma agenda mais restrita. O próximo, talvez não. Dependerá do vigor e interesse em estar com jovens em uma situação além da programada”, afirma. A agenda do papa é feita pelos assessores diretos dele, no Vaticano. Apesar de um novo papado implicar em mudanças nos cargos da cúpula da Igreja, os padres responsáveis por cuidar das viagens continuam os mesmos, o que facilita a relação com os brasileiros envolvidos no planejamento da jornada. Mas dependerá do papa a realização de uma programação mais intensa no Rio, como a inclusão de uma ida ao Cristo Redentor.

A Jornada Mundial da Juventude é uma boa oportunidade de o novo papa começar a sua gestão à frente da Igreja. A jornada foi criada por João Paulo II e tem como função primordial atrair jovens para o catolicismo, que, no Brasil, vê reduzir a quantidade de fiéis nas missas. “A jornada é uma nova forma de evangelização que a Igreja tem. O papa não perderá essa oportunidade de estar com jovens e transmitir suas primeiras mensagens com relação ao futuro da Igreja, contando com esses protagonistas de primeira linha, que são os católicos mais novos”, afirma dom Antônio.

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