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Vale a pena ler de novo o que saiu nas páginas de VEJA em quase cinco décadas de história

A saga da Cassini, senhora dos anéis – e luas – de Saturno

Lançada há quase vinte anos, maior e mais cara sonda conclui sua missão em 2017, legando uma incrível coleção de imagens (379 300) e dados (599 gigabytes)

Por Da redação
14 abr 2017, 00h55

Às vésperas de iniciar sua última manobra na intersecção entre Saturno e seus anéis, antes do derradeiro mergulho em direção ao planeta, a sonda Cassini deu esta semana uma importante contribuição à busca de vida fora da Terra. Como mostra reportagem de VEJA, a missão revelou surpreendentes formações subaquáticas em um de seus satélites, Enceladus, que indicam grande possibilidade de existência de organismos, mesmo que singelas bactérias. É a despedida em grande estilo de uma missão que brindou a comunidade científica com uma notável coleção de imagens (total de 379 300) e dados (599 gigabytes).

Lá se vão quase vinte anos desde o lançamento da missão Cassini-Huygens, batizada em homenagem a dois cientistas do século XVIII: o holandês Christiaan Huygens, o primeiro a sugerir a existência de um anel em torno de Saturno, e o italiano Giovanni Domenico Cassini, que inferiu tratar-se de múltiplos anéis. Sua jornada começou a bordo do foguete Titan IV – e contou com um empurrãozinho providencial:

“Desde seu lançamento, a sonda Cassini vem se valendo da força gravitacional dos planetas para adquirir impulsão e viajar pelo espaço. Quando deixou a Terra, a nave se locomovia a 14.000 quilômetros por hora, somente um quinto da velocidade atual. Dois anos depois, ela já percorreu cerca de 1,7 bilhão de quilômetros e, além de cruzar com a Terra, passou duas vezes por Vênus. A viagem total da Cassini é de 3,2 bilhões de quilômetros. Apesar de difíceis e trabalhosas, todas as manobras e volteios da nave valem a pena. Caso se movesse por conta própria, a sonda precisaria de um estoque de combustível 25 vezes maior do que o que carrega em seus tanques. Nesse caso, a nave, que já é enorme, teria um tamanho inconcebível.”

Do tamanho de um ônibus, a Cassini levou 420 quilos só de instrumentos de medição e 14 quilômetros de fios e cabos. E carregou também uma segunda sonda, a Huygens, destinada a estudar Titã, o maior satélite de Saturno, e o primeiro a ser descoberto – pelo próprio Huygens. A missão marcou o fim da era das sondas muito caras. Para efeito de comparação: a Nasa gastou 3,4 bilhões de dólares na Cassini, contra 250 milhões de dólares na Mars Pathfinder e 63 milhões de dólares na Lunar Prospector.

Como programado, em 2004, sete anos após o lançamento, a Cassini se aproximou de Saturno e logo revelou duas novas luas, a 200.000 quilômetros do centro do planeta. Desde então, o número de satélites conhecidos passou de cerca de 30 para mais de 60.

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Em 2005, Huygens, a sonda-filha da Cassini, desceu à superfície de Titã, com seis instrumentos para medir temperatura, pressão, velocidade do vento e composição da atmosfera. “Pousada sobre o chão lamacento, coletou mais um bocado de dados e imagens. Ao todo, foram quase quatro horas de transmissão de informações”, relatava reportagem de VEJA daquele ano. Era o fim da Huygens.

Enquanto isso, a sonda-mãe seguiu em órbita de Saturno, descobrindo, por exemplo, que os anéis de Saturno são formados por fragmentos de gelo com o tamanho até de uma casa e que a lua Enceladus possui gêiseres de gelo em sua superfície.

A saga acaba em 15 de setembro de 2017. Depois de uma série de 22 sobrevoos entre o planeta e seu satélite, a Cassini vai penetrar na atmosfera de Saturno, enviar as últimas informações à Terra e desmanchar-se, como uma estrela cadente, fundindo-se ao planeta que ajudou a desvendar.

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