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Os dinossauros que revolucionaram os efeitos especiais

Equipe de George Lucas, responsável pela construção dos animais do primeiro 'Jurassic Park', deixou Steven Spielberg de queixo caído

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h25 - Publicado em 14 jun 2018, 21h45

Se o quinto filme da série Parque dos Dinossauros (Jurassic World: Reino Ameaçado) repetir um décimo do impacto que teve o original, o sucesso está garantido. Na edição de 23 de junho de 1993, VEJA apresentou aos leitores o longa-metragem que fez reviver na telona figuras pré-históricas que pareciam reais, a ponto de impressionarem o próprio mago da ficção científica Steven Spielberg, diretor da franquia.

Há 25 anos, quando a revista foi às bancas, completava-se uma semana que os primeiros privilegiados haviam conhecido os dinossauros de Spielberg, que receberam aplausos de VEJA por vários motivos. O primeiro, financeiro: “O poder de fogo de Parque dos Dinossauros foi testado há uma semana, em sua estreia nos Estados Unidos.  Apenas no primeiro fim de semana de exibição o filme arrecadou nas bilheterias 50 milhões de dólares, batendo o recorde anterior para o mesmo período, que pertencia a Batman — O Retorno. Ou seja, o filme de Spielberg faturou em dois dias mais da metade do que renderam em suas carreiras nas telas êxitos recentes como Drácula e Questão de Honra.”

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Na edição de 1993, VEJA fez o alerta: os dinossauros estavam de volta, e mal-humorados (Reprodução/VEJA)

Depois, no rol dos elogios, vieram os responsáveis por 99,99% do sucesso devastador da série. “O maior triunfo de Parque dos Dinossauros para conquistar as plateias é o seu elenco, recheado de grandes estrelas — todas corpulentas e enrugadinhas. A mocinha da história é a Bronquiossaura, com seu jeito doce, seu pescoço longo e suas bochechas rechonchudas. Demi Moore não faria melhor o papel. O grande vilão, capaz de crueldades inimagináveis em seu mastodôntico mau humor, é o Tiranossauro Rex — perto dele o Coringa interpretado por Jack Nicholson é São Francisco de Assis. (…) Ah, sim: em meio a essa constelação circulam também no filme os atores Richard Attenborough e Sam Neill, a atriz Laura Dern e duas crianças com expressão pateta, mas ninguém presta atenção neles — todo o encanto do filme está nos dinossauros. Quando eles aparecem, o espectador trepida na poltrona, quando eles saem de cena, a emoção vai junto.”

O impacto inicial deixado pelo filme arrebatou também o repórter que escreveu o texto de  1993.”Parque dos Dinossauros é sério candidato ao mais impressionante filme de monstros já rodado. Se o lendário A Maldição de Drácula, de Bela Lugosi, assustava as plateias nos anos 40, e se tipos como Freddy Krueger e os Gremlins representavam a face do terror nos anos 80, Parque dos Dinossauros introduz o gênero da era do realismo total.”

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Segundo a reportagem, o longa original tem atuações humanas exageradas ou superficiais, enquanto as estrelas da produção… “Já os dinossauros parecem tão reais quanto qualquer animal que se vê atrás das grades no zoológico. Suam, balançam a pança e mostram os dentes como se tivessem tomado um jato da pré-história até o século XX.”

Se hoje o quinto episódio da história pode soar repetitivo, oportunista ou ganhar diversos outros adjetivos pejorativos, no início da década de 90 a criação da equipe responsável pelos efeitos do filme mostrou ao mundo o que ninguém jamais havia visto: animais gigantescos desenhados com movimentos reais, muito diferentes de todas as inúmeras tentativas da indústria do cinema até então.

A descrição da revolução iniciada no primeiro Jurassic Park é antológica. Leia um trecho:

“Os dinossauros impressionam tanto porque são verdadeiros milagres da tecnologia. Parte deles foi construída pelo método convencional. São bonecos feitos em tamanho natural e monitorados atrás de controle remoto. A maioria deles, no entanto, foi criada pelos computadores da Industrial Light & Magic, empresa de efeitos especiais de George Lucas, diretor de Guerra nas Estrelas, que, com suas pesquisas para o filme conseguiu fazer uma verdadeira revolução no mundo das imagens digitais. Durante a fase de pré-produção de Parque dos Dinossauros, ficou acertado que a Industrial Light & Magic entraria apenas com alguns efeitos digitalizados, como os que foram usados em O Segredo do Abismo e Exterminador do Futuro 2, assim como nos videoclipes de Michael Jackson. Um dos técnicos da empresa, Steve Williams, no entanto, achou que poderia fazer melhor. Fez, e como.

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Durante várias semanas, trabalhando com os oitenta computadores Silicon Graphics de alta resolução da Industrial Light & Magic — só a Nasa possui mais aparelhos desse tipo —, Williams conseguiu criar na tela imagens de dinossauros iguais às que se obteriam com uma câmara 32 milímetros apontada para um dino de verdade. Primeiro desenhou cada osso e articulação do bicho, depois o cobriu com pele, músculos e finalmente lhe deu movimento. Quando Spielberg foi chamado para ver o resultado da experiência, ficou de queixo caído, mandou cancelar a confecção da maioria dos bonecos de dinossauros em tamanho natural e optou pelos dinos digitais. Nos dezoito meses seguintes, uma equipe de cinquenta técnicos da empresa de George Lucas trabalhou sem parar para fabricar os dinossauros do filme. Para ter uma ideia do tamanho da tarefa, a memória dos computadores utilizou 250 bilhões de bytes, suficientes para fazer funcionar todos os computadores pessoais de uma cidade pequena dos Estados Unidos.”

 

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