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Ricardo Rangel

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Gleisi tem razão. Mas não do jeito que pensa.

O PT sabe que não pode ir para o centro. Seria bom se soubesse onde está.

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 dez 2024, 13h20 - Publicado em 9 dez 2024, 13h17

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, deu entrevista dizendo que ir para o centro seria uma espécie de suicídio para seu partido.

Gleisi tem toda razão.

O PT é desde sempre identificado como um partido de esquerda: se abandonar suas origens, será abandonado por seus eleitores. (Quem duvida deve olhar o PSDB: o partido, que era social-democrata, se tornou antipetista de ocasião, migrou para a direita, e acabou em grande medida bolsonarista. Tornou-se irrelevante.)

O problema é o que significa ser de esquerda.

Historicamente, a palavra “esquerda” é usada para identificar quem luta pela igualdade e pelo interesse dos pobres.

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Pouca coisa pune mais o pobre do que inflação, mas o PT continua crendo que “um pouco de inflação” não é ruim. Recusa-se a entender que descontrole fiscal alimenta a inflação. Atribui a alta do dólar às “artimanhas da Faria Lima que visam a minar conquistas econômicas e sociais por meio da especulação” (conforme diz a resolução do partido deste fim de semana).

Nada distribui mais renda do que educação básica, gratuita e universal de qualidade. Mas o PT nunca teve compromisso firme com ela.

O PT apoia a isenção de imposto de renda para a classe média prevista no pacote do governo (e nada diz do fato de que ele restringe o crescimento do salário mínimo).

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Boa parte do PT está sob controle do identitarismo, pauta de classe média cujo compromisso não é nem com igualdade nem os pobres, mas com minorias específicas.

Apesar de todos os fracassos do passado, o PT segue apostando no desenvolvimentismo, aquela tese econômica de que favorecer alguns grandes grupos econômicos vai reverter em ganhos para os pobres.

O PT afirma que ser empregado é estar condenado a ser explorado pelo patrão e que ser empreendedor é uma armadilha sem futuro. E ainda ridiculariza aqueles a quem chama de “pobres de direita”.

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Não admira que o partido tenha levado uma surra nas eleições deste ano. Nem que (mesmo com o apoio do centro) por um triz não tenha perdido a eleição de 2022.

Gleisi tem razão quando diz que o PT está frito se for para o centro. Talvez fosse bom se fosse para a esquerda.

(Por Ricardo Rangel em 09/12/2024)

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