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APURAÇÃO DAS ELEIÇÕES 2024

Ricardo Rangel

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Lula: bye, bye, responsabilidade fiscal

Lula desautoriza seu ministro mais importante e dá um tiro no pé do próprio governo

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 Maio 2024, 08h18 - Publicado em 27 out 2023, 17h21
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  • Brazil's President Luiz Inacio Lula da Silva (R) and Finance Minister Fernando Haddad (L) shake hands during the presentation and signing of new economic measures at the Planalto Palace in Brasilia, on January 12, 2023. (Photo by Sergio Lima / AFP)
    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula  (Sergio Lima/AFP)

    Eu ia fazer um post elogiando Lula, que desistiu de conversar com jornalistas para conversar com parentes de reféns e desaparecidos no ataque terrorista de 7 de outubro. Lula falou no tom certo, passou sinceridade (chegou a ficar emocionado), não falou mal de ninguém, não foi professoral, não deu aula de geopolítica. Até no lugar comum — “é a luta da palavra contra as armas” — foi feliz.

    Mas, infelizmente, o próprio Lula derrubou meu post paz-e-amor.

    Lula declarou que “dificilmente chegaremos à meta zero [no deficit fiscal] em 2024”. Mais: “eu acho que muitas vezes o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que ele sabe que não vai ser cumprida.” E: “se o Brasil tiver um déficit de 0,5%, o que que é? De 0,25%, o que é? Nada. Absolutamente nada.”

    Lula jogou a toalha com mais de um ano de antecedência.

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    Verdade seja dita, nem o mercado nem ninguém nunca acreditou em déficit zero — com exceção de Fernando Haddad, que está(va) fazendo das tripas, coração, para alcançar a meta.

    É verdade que o mercado é ganancioso… como quase todo mundo (o que não deveria surpreender ninguém, já que o mercado é… todo mundo). Mas isso é irrelevante. O que é relevante é que agora todo mundo sabe que o déficit zero é letra morta.

    Haddad sabe que ficou fragilizado. Petistas sabem que o ministro é um alvo mais vulnerável. Os outros ministros sabem que podem lhe dar uma banana quando ele vier falar de cortar gastos. O Centrão sabe que vai poder gastar. Investidores e banqueiros sabem que Haddad não fala pelo chefe quando promete seriedade no controle do caixa. E todo mundo sabe que vêm aí mais inflação e juros. O déficit, seja qual for seu tamanho, já é bem maior do que “absolutamente zero”.

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    É surpreendente que Lula tenha puxado o tapete de Haddad dessa maneira antes mesmo do fim do primeiro ano de governo.

    Mas espantoso mesmo é o timing. A economia não está indo bem. A violência recrudesceu. A popularidade de Lula está em queda. O presidente está sitiado por Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Resolveu patrocinar um brutal retrocesso na Petrobras. E entregou a Caixa Econômica ao Centrão.

    Que hora para dar um tiro no pé desses.

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    (Por Ricardo Rangel, em 27/10/2023)

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