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Ricardo Rangel

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O que Lula fala e o que deixa de dizer

O presidente está com o discurso voltado 100% para campanha

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 fev 2025, 12h20 - Publicado em 14 fev 2025, 06h00

Lula deu uma entrevista que quase ninguém viu. Dada à Rádio Macapá, na véspera da viagem ao Amapá para inaugurar uma linha de transmissão, a entrevista foi do tipo eu-pergunto-o-senhor-­corta. Mesmo assim, foi reveladora — particularmente pelo que deixou de revelar. Eis alguns dos pontos principais:

Sua saúde está ótima, seu cérebro está limpo, sua vontade de trabalhar é a de um jovem de 25 anos. Subtexto: “Eu não estou velho, aguento o tranco: pode votar em mim”. Mas Lula fará 85 anos em 2030.

Vangloriou-se de ter baixado uma MP para reduzir o custo da eletricidade no estado e prometeu que a nova linha elimina riscos de apagão. Subtexto: “Vou continuar melhorando sua vida; vote em mim”. Mas a vida do brasileiro não melhorou nos últimos dois anos.

Desde que Dilma saiu, só o que fizeram foi desmontar o país: Lula está há dois anos reconstruindo-o. Subtexto: “É por isso que você não viu resultados até agora”. A afirmação (falsa sobre Temer, verdadeira sobre Bolsonaro) não explica as dificuldades que o Brasil vem enfrentando.

Agora é a hora de colher o que se plantou. Subtexto: “O melhor ainda está por vir, vote em mim”. Mas, como não se viram essas sementes sendo plantadas, não há muito motivo para acreditar na colheita.

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“Quem acha que daqui para a frente ele vai achar tempo para governar pode começar a colocar as barbas de molho”

Em seus governos anteriores, o país cresceu mais de 4% ao ano, Lula é quem mais respeitou o equilíbrio fiscal, o desemprego está baixo, a inflação está controlada. Subtexto: “A economia vai bem, vote em mim”. Só que a dívida e o déficit são enormes, a inflação não está controlada e foi Lula que montou a bomba fiscal que explodiu com Dilma.

O que mais preocupa Lula é o aumento do custo de vida e ele está conversando com um monte de empresários, especialmente do agro, para segurar o custo dos alimentos. Subtexto: “Eu vou reduzir a inflação, vote em mim”. Ué, mas a inflação não está controlada?

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A culpa do juro alto é do Roberto Campos Neto, mas Gabriel Galípolo precisa de um tempo para consertar. Subtexto: “O juro vai cair, vote em mim.” Mas quem cria as condições para o juro cair não é o Banco Central, é o governo — que vem piorando o problema.

O jovem brasileiro não quer mais ser empregado, é preciso apoiar o empreendedorismo. Subtexto: “Você, jovem empreendedor, conte comigo; e vote em mim”. Só que o governo nada faz pelos empreendedores, e o PT se refere a eles como otários.

Lula reclamou do “lenga-lenga” do Ibama e prometeu pesquisar petróleo na margem equatorial do Amazonas e desenvolver a Região Norte. E daí que virá o dinheiro para a “tão sonhada” transição energética. Subtexto: “A Amazônia vai ficar rica comigo, vote em mim”.

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A exploração na margem equatorial é defensável, mas ela precisa vir dentro de um discurso ambiental que faça sentido. É espantoso Lula afirmar que o aumento da produção de petróleo vai permitir a redução do consumo de petróleo. Sem falar da crítica ao Ibama (e a Marina Silva).

Lula está 100% em campanha. Vai viajar sem parar, entregando o máximo de obras que puder. Quem acha que vai sobrar tempo para governar ou combater o déficit fiscal pode botar as barbas de molho.

Publicado em VEJA de 14 de fevereiro de 2025, edição nº 2931

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