Em protesto contra o orçamento de 2022, que prevê corte para a Receita Federal, mas — por interferência pessoal do presidente Bolsonaro — dá aumento salarial para policiais (e para mais ninguém), 324 auditores fiscais já entregaram seus cargos. O número deve subir, e espera-se que outras categorias sigam o exemplo.
Há alguns dias, em protesto contra “descaso” e “pressão indevida”, mais 34 pesquisadores da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes) renunciaram a seus cargos. O total já chega a 114.
No mês passado, em protesto contra a “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do Inep”, 27 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem, pediram exoneração de seus cargos.
Também no mês passado, em protesto contra a quebra do teto de gastos, dois secretários e dois subsecretários do Ministério da Economia se demitiram. Desde o início do governo, 21 membros da equipe econômica se demitiram ou foram demitidos.
No ritmo em que vai, o governo de Jair Bolsonaro periga acabar antes do fim do mandato do presidente.
Por falta de pessoal.