Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Rio Grande do Sul

Por Veja correspondentes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens gaúchos. Por Paula Sperb, de Porto Alegre
Continua após publicidade

‘Censura prévia’, diz curador da Queermuseu sobre novas mostras

Santander assinou acordo com MPF para realizar duas novas exposições sobre diversidade; procurador diz que intenção é induzir debate sobre intolerância

Por Paula Sperb
Atualizado em 10 jan 2018, 18h56 - Publicado em 10 jan 2018, 18h21
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A obrigação do Santander em realizar duas novas exposições sobre o tema da diversidade como parte do acordo assinado com o Ministério Público Federal (MPF) é “censura prévia” e uma “lista de regras”. Essa é a opinião de Gaudêncio Fidelis, curador da mostra “Queermuseu”, fechada pelo banco em Porto Alegre um mês antes do previsto após protestos contrários à exposição. O MPF também concluiu que a mostra não fazia apologia à pedofilia e à zoofilia, como apontavam grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL).

    Para o curador, a determinação de que as novas exposições do Santander abordem necessariamente a “intolerância” e o “empoderamento feminino” é “absurda”. “É uma lista de regras sobre como os curadores devem pensar, o que podem fazer. Detesto a palavra, mas isso se chama censura prévia. Imagino como os futuros curadores vão trabalhar: ‘não vamos fazer isso, não vamos fazer aquilo’. Um dos resultados do fechamento desastroso do Santander é também a autocensura. Não há como ter uma exposição legitimamente livre, não é possível”, criticou Fidelis.

    O procurador da República responsável por responsabilizar o Santander, Enrico Rodrigues de Freitas, discorda de que a indicação temática seja censura. “Não gostaria de polemizar dessa forma com o curador, ele tem o direito de crítica. Porém, não compreendo como censura, mas como indução de debate sobre certos assuntos. Ocorreu um episódio de intolerância [dos grupos contrários à mostra]. O tema da intolerância é muito atual e a ideia é promover esse debate. Muito longe de censura, há liberdade total. Se não tivesse posto o tema, seria apenas o prosseguimento normal da agenda do Santander”, explicou Freitas em entrevista a VEJA.

    O texto determina a “livre e exclusiva criação e concepção artística do curador que será por ela responsável”. O documento também foi assinado pelo presidente do Santander Cultural, Marcos Madureira. Procurado para comentar o assunto, o Santander não quis se manifestar.

    Segundo o texto do termo, uma das novas exposições deverá abordar a intolerância “em quatro eixos de forma equânime, quais sejam: (a) gênero e orientação sexual; (b) étnicas e de raça; (c) liberdade de expressão; (d) outras formas de intolerância através dos tempos”, segundo o documento. A outra mostra deve tratar de feminismo e “abordará obrigatoriamente as formas de empoderamento das mulheres na sociedade contemporânea, bem como a diversidade feminina, incluindo questões culturais, étnicas e de raça, de orientação sexual e de gênero, entre outras que o compromissário possa julgar pertinentes”, determina o texto do termo.

    Continua após a publicidade

    Fidelis aponta que as duas novas exposições já estariam programadas e que são “atividade de rotina” e não serviriam de reparação. Para o curador, o ideal seria que o Santander tivesse seguido, à época, a orientação do MPF para reabertura imediata. Como não ocorreu, o MPF deveria ter acionado o Santander judicialmente.

    O procurador, porém, argumenta que quando pediu a reabertura também recomendou uma nova exposição sobre a temática. “Se entrássemos na Justiça agora, restaria pedir indenização. Se obtivéssemos uma decisão favorável, talvez acontecesse daqui a dez anos. Nesse caso, qual a resposta social que a gente teria para as pessoas que agiram com intolerância?”, justifica o procurador.

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.