Todos os deputados gaúchos do PMDB votaram para blindar o presidente Michel Temer (PMDB) e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) da acusação de formação de organização criminosa e obstrução da Justiça nesta quarta, no Congresso. A denúncia precisa que 342 dos 513 deputados votem contra o presidente, mas a oposição não conseguiu os votos necessários para levar o processo adiante (veja abaixo a lista dos votos dos parlamentares gaúchos).
Assim como na votação da denúncia anterior, a bancada do Partido Progressista do Rio Grande do Sul ficou dividida. A única tucana dos 31 deputados, Yeda Crusius (PSDB) se ausentou da votação.
Deputados a favor do afastamento de Temer votaram “Não” e os deputados contra o afastamento do presidente votaram “Sim”, concordando com o relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) que apontou ausência de provas para incriminar o presidente e seus principais ministros.
“Contra vanguarda do atraso, que destruiu o Brasil, e pelo restabelecimento do emprego”, disse o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) ao votar “Sim”, defendendo Temer. O colega de partido, José Fogaça (PMDB-RS), votou a favor do presidente por “ausência de provas materiais”. O deputado Mauro Pereira (PMDB-RS), que na votação anterior disse que Temer é um “presidente honesto”, declarou seu voto dizendo que “Lula é o chefe da corrupção” e que “Dilma quebrou o Brasil”. Igualmente, Darcísio Perondi (PMDB-RS) aproveitou para criticar a gestão anterior: “Eles enterraram o país. Nós estamos reconstruindo”. “O povo não quer baderna”, disse Jones Martins (PMDB-RS).
Entre os progressistas que se manifestaram pela abertura do processo contra Temer, Luiz Carlos Heinze (PP-RS) disse que votou “mantendo a coerência dos votos anteriores”. Heinze é pré-candidato a governador do Rio Grande do Sul e deve enfrentar o atual governador e aliado de Temer, José Ivo Sartori (PMDB).
Por sua vez, os petistas aproveitaram em massa para criticar medidas do atual governo como a reforma trabalhista, da previdência e a limitação de gastos públicos por 20 anos. “O Brasil não merece ser governado pelo chefe de uma organização criminosa que entrega nossas riquezas e massacra o trabalhador do campo e da cidade”, disse Bohn Gass (PT-RS). Quando Paulo Pimenta (PT-RS) votou, o placar virou brevemente a favor daqueles que defendem o processo contra Temer. Por alguns segundos, Pimenta foi aplaudido quando o placar ficou 18 contra o presidente e 17 a favor.
“Quem vai salvar o Brasil?”, questionou Pompeo de Mattos (PDT-RS), que votou contra Temer.
Como votaram os 31 deputados gaúchos:
Afonso Hamm (PP) Não
Afonso Motta (PDT) Não
Alceu Moreira (PMDB) Sim
Bohn Gass (PT) Não
Cajar Nardes (PR) Sim
Carlos Gomes (PRB) Sim
Covatti Filho (PP) Sim
Danrlei de Deus Hinterholz (PSD) Não
Darcísio Perondi (PMDB) Sim
Giovani Cherini (PR) Sim
Heitor Schuch (PSB) Não
Henrique Fontana (PT) Não
Jeronimo Goergen (PP) Não
Jones Martins (PMDB) Sim
José Fogaça (PMDB) Sim
José Otávio Germano (PP) Sim
José Stedile (PSB) Não
Luis Carlos Heinze (PP) Não
Marco Maia (PT) Não
Marcon (PT) Não
Maria do Rosário (PT) Não
Mauro Pereira (PMDB) Sim
Onyx Lorenzoni (DEM) Não
Paulo Pimenta (PT) Não
Pepe Vargas (PT) Não
Pompeo De Mattos (PDT) Não
Renato Molling (PP) Sim
Ronaldo Nogueira (PTB) Sim
Sérgio Moraes (PTB) Sim
Yeda Crusius (PSDB) Ausente