Buscando recuperação judicial desde 2016, ano em que demitiu mais de 3.000 trabalhadores, o estaleiro de Rio Grande pretende retomar ao menos 600 empregos em obras da Ecovix. A empresa tem entre seus sócios a Engevix, grupo investigado na operação Lava-Jato. A Engevix foi vendida a um dos sócios por apenas 2 reais.
As novas vagas serão possíveis caso a Ecovix consiga um novo comprador para a P-71, plataforma encomendada inicialmente pela Petrobras e cuja construção foi interrompida. Com 30% da estrutura da plataforma montada, a ideia é dar seguimento ao trabalho ao invés de transformá-la em sucata. A prospecção de um comprador no mercado tem como parceiro o grupo japonês Toyo, que comanda um estaleiro em São José do Norte, cidade vizinha a Rio Grande, na região sul do estado.
A Petrobras cancelou a encomenda da P-71 e decidiu construir uma plataforma na China. A Ecovix venceu uma licitação em 2010 e entregou cinco plataformas à Petrobras, incluindo a P-66, que opera no pré-sal da bacia de Santos.
As informações sobre os planos de recuperação da Ecovix foram divulgadas na última quarta-feira (19) por Christiano Morales, diretor executivo da empresa. Além de terminar a P-71, a Ecovix pretende realizar operação portuária, reparar plataformas e embarcações e processar aço para a indústria Metalmecânica. A recuperação judicial foi aprovada pelos credores, mas o plano agora precisa ser aprovado em assembleia para que seja colocado em prática. Antes, porém, a Justiça deve decidir em 26 de abril se autoriza a assembleia.