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Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens gaúchos. Por Paula Sperb, de Porto Alegre

Eleitores de Bolsonaro votam com armas e filmam urna eletrônica

Candidato tem discurso pró-armamentismo; críticos dizem que se tivesse sido baleado em vez de ter recebido uma facada, Bolsonaro poderia ter morrido

Por Paula Sperb
Atualizado em 4 jun 2024, 16h52 - Publicado em 7 out 2018, 14h07

Eleitores de Jair Bolsonaro (PSL), que concorre à Presidência, votaram portando armas neste domingo de eleição do primeiro turno. Os votos foram filmados e fotografados, o que é crime eleitoral.

Em um dos vídeos, o eleitor segura a arma pelo cabo e usa o cano para digitar o número do candidato. O homem não aparece na imagem, mas exibe a arma para a câmera ao final.

Em uma fotografia, um revólver está posicionado em cima da urna eletrônica enquanto aparece a imagem do voto em Bolsonaro na tela. A fotografia circulou após o compartilhamento de um morador de Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul.

Procurado pela reportagem de VEJA, ele negou ser o autor da foto e afirmou que apenas compartilhou a imagem que recebeu em um grupo de Whatsapp. Após o contato, ele apagou as postagens do seu Twitter e Facebook. No entanto, a imagem permanecia no seu Instagram até o fechamento desta matéria. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado não está a par do caso.

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No grupo “Mulheres Unidas a Favor de Bolsonaro”, uma integrante chegou a escrever: “Alguém sabe se domingo pode ir votar armado?”.

O porte de armas é autorizado no Brasil para categorias que atuam na área de segurança pública, privada e moradores de áreas rurais, mediante registro. No caso de identificação de porte ilegal, como no caso de criminosos, as armas são recolhidas.

O deputado promete que, se eleito, vai liberar o porte de armas à população. Críticos da medida usam o próprio atentado contra o candidato como argumento: se o homem que deu a facada estivesse com um revólver, ele provavelmente não teria sobrevivido. O criminoso tentou comprar uma arma, mas desistiu por causa dos entraves decorrentes do Estatuto do Desarmamento.

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Críticos também apontam o risco de tiroteios em massa em áreas como escolas e universidades, como ocorre em algumas regiões dos Estados Unidos.

Ações na bolsa de valores da Taurus, fabricante de armas, subiram 79% desde que Bolsonaro cresceu nas pesquisas e divulga o discurso armamentista.

 

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