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Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens gaúchos. Por Paula Sperb, de Porto Alegre
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Excedente da agricultura poderia ajudar venezuelanos refugiados

Deputado propõe que governo federal compre arroz e leite de produtores gaúchos que enfrentam crise nos preços e concorrência de produtos importados

Por Paula Sperb
Atualizado em 4 jun 2024, 16h58 - Publicado em 19 fev 2018, 15h47
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  • A ajuda aos 40.000 venezuelanos que deixaram seu país nos últimos anos fugindo da miséria e agora vivem em Boa Vista, capital de Roraima, pode contar com alimentos produzidos por agricultores do Rio Grande do Sul.

    A compra de leite e arroz para os refugiados também ajudaria a escoar a produção excedente do estado, colaborando com os produtores gaúchos que enfrentam crise nos preços e forte concorrência dos alimentos vindos de outros países do Mercosul. A ideia foi elaborada pelo deputado federal Jerônimo Goergen (Progressistas-RS) e será protocolada como emenda à Medida Provisória que entrou em vigor na última sexta-feira, quando foi publicada no Diário Oficial. A emenda precisa ser aprovada para entrar em vigor.

    A MP 820 assinada pelo presidente Michel Temer (MDB) determina “assistência emergencial para acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária”. Por isso, no quesito alimentação, Goergen quer acrescentar a compra do excedente da produção para fortalecer os agricultores.

    “A ideia é fazer com que as doações humanitárias funcionem também como mecanismo de comercialização. Há muito excedente e o dinheiro que o governo coloca para baratear o produto para exportação, auxiliando no custo do frete, é pouco perto do que precisa. Mas junto com uma grande compra para ajuda humanitária, daqui a pouco se consegue tirar o excedente”, disse Goergen a VEJA.

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    O deputado é contra criar o que chama de “campos de refugiados” e defende uma ação mais energética do Brasil contra o governo de Nicolás Maduro, mas entende que a compra dos alimentos ajudaria todas as partes envolvidas.

    Em 2017, a senadora Ana Amélia Lemos (Progressistas-RS) chegou a sugerir na Comissão de Relações Exteriores (CRE) a compra do excedente de leite para doar a países que enfrentam o problema da fome.

    A Venezuela enfrenta uma situação delicada, com fortes tensões políticas, desabastecimento de produtos básicos e uma inflação que chegará a 13.000% em 2018, segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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