Idosos de asilo pedem presentes de Natal em campanha de voluntária

Preocupada com a confraternização de Natal de 75 idosos acolhidos em um asilo, uma voluntária iniciou uma campanha para garantir que todos recebam os presentes desejados na festa de final de ano. Este é a terceira vez que Michele Viana, de 24 anos, conta com a ajuda de mais dois voluntários para atender aos pedidos dos idosos do Asilo Santa Isabel, em Santiago, cidade de 50.647 habitantes, a 363 km de Porto Alegre.

Michele levou um quadro escolar e giz ao asilo. Ela pediu aos idosos que dissessem o que gostariam de ganhar no Natal, escreveu cada pedido e fez uma fotografia. As imagens foram compartilhadas no seu perfil do Facebook. Apenas dois pedidos foram atendidos até agora (veja abaixo como ajudar). “’O que você quer no Natal?’, eu perguntava. Eles respondiam que queriam ‘um abraço, um sorriso’ porque ‘tinham tudo’. Daí eu ia conversando até descobrir do que precisam”, contou a voluntária a VEJA.

Os pedidos são variados. Há quem, como Marilene, que queira um “rádio”, e Celanira, que pediu “um relógio de pulso”. Reasilva e Helga querem ganhar um batom, de preferência “vermelho”. Maria Fernandes pediu um “vestido floral”, Itor escolheu uma “bota de gaúcho” tamanho 39, Ronaldo quer um par de “óculos espalhado Ray Ban”, Geraldo precisa de um “ventilador pequeno”, e Clelia quer um “conjunto de calcinha e sutiã GG”. Os pedidos mais frequentes são camisas, bermudas, vestidos, chinelos e sandálias.

Michele trabalhava como doméstica e fazia estágio no asilo por conta do curso em técnico em enfermagem, em que se formou, quando organizou a campanha pela primeira vez, em 2016. Ela viu uma campanha parecida na internet e tomou a iniciativa de repetir a ação no asilo.

As primeiras experiências ajudaram a aprimorar a organização. Agora, o presente não elva apenas o nome do idoso, mas a foto com o pedido. Assim, o Papai Noel não erra na hora da entrega. “Uma senhora achou que não ia ganhar nada, que o Papai Noel não tinha lembrado. Alguns são como crianças, a gente mexe com a expectativa deles. Quando ela percebeu que foi lembrada, limpou as lágrimas e começou a sorrir”, disse à reportagem.

Michele tem ajuda do marido, o militar Fáberson Ffner, de 26 anos, e da amiga Nica Silveira. Além dos presentes, eles arrecadam refrigerantes (sem esquecer da versão sem açúcar para os diabéticos) salgados e bolo. O trio tenta encontrar um conjunto musical para animar o baile, marcado para 22 de dezembro.

A voluntária conta que aprendeu o valor das doações com sua própria família, de origem humilde. “Somos seis filhos. A gente também recebia doação de roupas, eram muitas crianças e não havia dinheiro para tudo”, relembra.

Interessados em ajudar podem escrever para michelevianapinto@gmail.com ou enviar os presentes para o asilo (Rua Princesa Isabel, número 1091, bairro Vila Rica, Cep 9770-000, Santiago/RS).