Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Rio Grande do Sul

Por Veja correspondentes Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens gaúchos. Por Paula Sperb, de Porto Alegre

Justiça decide que rua volte a homenagear presidente da ditadura

Avenida da Legalidade, na entrada de Porto Alegre, voltará a ser chamada de Castelo Branco

Por Paula Sperb
Atualizado em 26 abr 2018, 20h22 - Publicado em 26 abr 2018, 18h49

Uma das principais vias de Porto Alegre, a Avenida da Legalidade e da Democracia, na entrada da capital gaúcha, voltará ser chamada de Avenida Castelo Branco. A decisão desta quinta-feira (26), por quatro votos a um, é da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça (TJ).

Em 2014, cinquenta anos após o início da ditadura militar no Brasil, a rua passou a homenagear a campanha da Legalidade, movimento liderado por Leonel Brizola para que o vice-presidente João Goulart assumisse a presidência, conforme previsto em lei, após a renúncia de Jânio Quadros em 1961. A mudança foi aprovada por 21 votos favoráveis e quatro contrários e sancionada pelo prefeito de então, José Fortunati.

Porém, vereadores que rejeitaram a mudança recorreram na Justiça para que nome continuasse a homenagear Castelo Branco, primeiro presidente da ditadura (1964-1967), que eliminou partidos políticos, cassou deputados e determinou eleições indiretas para governador.

O relator do processo foi o desembargador Eduardo Delgado, que votou pelo provimento do recurso. Segundo ele, a mudança aprovada é ilegal porque não cumpriu o parágrafo IV do artigo 82 da Lei orgânica que determina que “alteração da denominação de próprios, vias e logradouros públicos dependerá de voto favorável de 2/3 terços dos membros dos membros da Câmara Municipal”.

O único voto contrário foi do desembargador Leonel Pires Ohlweiler. Para ele, não há prova documental de que a Av. Castelo Branco era assim chamada por denominação oficial. Segundo Ohlweiler, conforme consulta realizada junto à Biblioteca da Câmara de Vereadores, não há registro de legislação que denomine a Av. Castelo Branco. Assim, a votação para denominar a rua de Avenida da Legalidade e da Democracia poderia ter sido aprovada por maioria simples.

Continua após a publicidade

Uma das autoras do recurso é a vereadora Mônica Leal (PP). Para ela, a decisão do tribunal para o retorno do nome original foi “maravilhosa”. Apesar de ser simpática aos militares, o argumento principal da vereadora é de que a aprovação precisaria de maioria qualificada (24 votos) e não maioria simples, o que teria configurado uma “irregularidade”.

“Não pode simplesmente querer trocar o nome das ruas. Imagina uma pessoa que não é católica e acorda de manhã decidindo tirar o nome da rua Espirito Santo. Não pode ser assim, isso cria insegurança jurídica. Me chamaram de ditadora, reacionária. Mas, dentro do meu papel de legisladora, eu tenho que ser a primeira a fazer cumprir as normas”, disse Leal a VEJA.

Em outubro passado, quando entrou com o recurso, a vereadora disse à reportagem que “Castelo Branco não foi um ditador”. “Ele é um humanista. Ele foi uma pessoa extremamente séria e importante na história do Brasil”, falou. Ela aguarda a publicação do acórdão da decisão desta quinta para poder “trocar a placa”.

Continua após a publicidade

Autor da proposta da homenagem à democracia, o deputado estadual Pedro Ruas (Psol), na época vereador, chamou a decisão da Justiça de “retrocesso” e a considera “assustadora”.

“O nome que ali figurava tinha sido feito sem projeto de lei, com apoiadores dos ditadores que mandaram pôr uma placa com o nome Castelo Branco. Nós fizemos um projeto de lei, tivemos a lei aprovada, promulgada pela Câmara e agora atacada por uma ação de vereadores da direita. Porém o mais surpreendente foi a decisão do Poder Judiciário”, disse Ruas, em sua manifestação na tribuna da Assembleia Legislativa.

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.