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‘Não escolhi o Temer, foi o PT’, diz Geraldo Alckmin sobre greve

Pré-candidato ao Planalto criticou demora da reação do presidente em atender demandas dos caminhoneiros e culpou partido de Dilma

Por Paula Sperb
Atualizado em 30 Maio 2018, 22h41 - Publicado em 30 Maio 2018, 22h13
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  • Cumprindo agenda de presidenciável no Rio Grande do Sul, Geraldo Alckmin (PSDB) criticou tanto o PT, do governo de Dilma Rousseff, quanto o atual presidente, Michel Temer (MDB), pela demora do governo federal em reagir à greve dos caminhoneiros. “Eu não escolhi o Temer. Quem escolheu foi o PT, ele que escolheu o Temer de vice-presidente”, disse Alckmin a jornalistas na noite desta quarta-feira, 30, pós participar de encontro na Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (Fehosul), em Porto Alegre.

    “O governo atendeu o pleito [dos caminhoneiros], mas deveria ter atendido antes até. Não tem mais razão nenhuma [para a greve] prejudicar a população brasileira com desabastecimento de hospitais, de alimentos e prejuízo econômico absurdo”, acrescentou.

    Assim como no vídeo divulgado nas suas redes sociais na tarde desta quarta, Alckmin voltou a criticar os pedidos de intervenção militar vistos nos protestos dos caminhoneiros. “É inadmissível essa coisa de intervenção militar. O respeito à Constituição é basilar. É até ofensivo. O general Villas-Bôas, um grande brasileiro, comandante do Exército, até disse um tempo atrás ‘isso é coisa de maluco’. Não tem o menor sentido. As Forças Armas têm respeito à Constituição e à lei. O que nós precisamos é fazer a reforma política. Esgotou o modelo político brasileiro”, disse o tucano.

    A respeito do vídeo, Alckmin afirmou que não quis personalizar se referindo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) ao responsabilizar candidatos “presos ou soltos” pelo caos. “Sem personalizar, o que coloquei é que o que os radicais do ódio trazem é caos, não é a mudança. Mudança é fruto de diálogo, de trazer a sociedade junto. Todo o radicalismo não é o caminho, é o descaminho”, explicou.

    Para o presidenciável, os caminhoneiros estão insatisfeitos com a carga tributária. “No fundo a gota d’água foi o combustível. O governo federal aumentou o imposto no ano passado, dobrou o PIS/Cofins. O que precisa fazer? Só se reduz a carga tributária se reduzir o tamanho do estado”, disse se referindo ao aumento de julho passado sobre os tributos da gasolina, etanol e diesel. Alckmin também defendeu privatização para fortalecer o estado, que deve ter papel fiscalizador, na sua opinião.

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    Na tarde desta quarta, o ex-prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), selou aliança com o PRB, partido do também presidenciável Flávio Rocha, para a campanha estadual. Questionado se o apoio dividira seu palanque, Alckmin respondeu que os estados terão coligações diferentes. “Cada estado não vai ter coligação igual. Em alguns, partidos vão apoiar o mesmo candidato a presidente e o mesmo candidato a governador. Em outros estados, o partido apoia um presidente e outro governador. Isso é natural, fruto do pluripartidarismo”, disse.

    Quanto a sua campanha presidencial, Alckmin disse que pretende viajar mais vezes ao Rio Grande do Sul e defendeu a candidatura de Eduardo Leite (PSDB), ex-prefeito de Pelotas, ao governo do estado. Durante a reunião na Fehosul, Alckmin foi recebido por políticos do PSDB como o prefeito da capital gaúcha, Nelson Marchezan Jr., e o deputado estadual Lucas Redecker.

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