Depois de demitir mais de 3.000 funcionários em 2016, o estaleiro de Rio Grande, do Grupo Ecovix, teve o plano de recuperação aprovado na assembleia realizada na noite da última terça-feira, 26. A cidade gaúcha sofreu impacto econômico desde que a Petrobras decidiu cancelar a construção da P-71 pelo grupo e encomendar uma nova plataforma na China. A Ecovix venceu uma licitação em 2010 e entregou cinco plataformas à Petrobras, incluindo a P-66, que opera no pré-sal da bacia de Santos.
O plano aprovado agora precisa ser homologado pela Justiça e é considerado o quarto maior no país em valores, na quantia de 7 bilhões de reais e ativos avaliados em 1 bilhão de dólares. O plano envolve alienação de ativos e quitação de débitos.
De acordo com o plano, a Ecovix pretende finalizar a P-71 para um novo comprador. Com 30% da estrutura da plataforma montada, a ideia é dar seguimento ao invés de transformá-la em sucata. Com a retomada do trabalho, ao menos 600 vagas de trabalho seriam criadas.
Além de terminar a P-71, a Ecovix pretende realizar operação portuária, reparar plataformas e embarcações e processar aço para a indústria metalomecânica. De acordo com a empresa, a movimentação de carga não prejudicaria a operação naval do estaleiro.
Ainda segundo o grupo, existem empresas no Rio Grande do Sul interessadas em montar uma estrutura para a carga e descarga de mercadorias e processamento de aço.
A Ecovix tem entre seus sócios a Engevix, grupo investigado na operação Lava-Jato. A Engevix foi vendida a um dos sócios por apenas 2 reais.