À frente de São Paulo e do Rio de Janeiro, Porto Alegre é a capital que tem a cesta básica mais cara do Brasil, segundo os dados divulgados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) na última quarta.
Na capital gaúcha, a cesta básica de outubro custou 446,87 reais, um aumento de 2,33% em relação ao mês de setembro. Para um trabalhador porto-alegrense que recebe um salário mínimo de 937 reais, a cesta básica representa 51,84% da renda.
Para adquirir uma cesta básica, são necessárias 104h55min de trabalho, de acordo com o Dieese. Em Salvador, a capital com a cesta básica mais barata do país, por exemplo, são necessárias 74h44min. Na capital da Bahia, a cesta básica representa 36,93% do salário mínimo.
O salário mínimo deveria ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador como alimentação, moradia, transporte, higiene, educação, lazer e previdência, aponta o Dieese. Porém, para uma família de quatro pessoas o salário mínimo deveria valer 3.754,16 reais. O valor ideal mínimo é 4,01 vezes maior do que o valor do salário mínimo real.
O Rio Grande do Sul enfrenta uma grave crise nas finanças estaduais com um déficit estimado em 6,9 bilhões de reais para 2018. Além disso, o governador José Ivo Sartori (PMDB) tem parcelado os salários dos servidores estaduais há meses. Por causa do calote nos salários, os deputados gaúchos da oposição querem criar uma CPI do parcelamento dos salários.