Os brasileiros que viram televisão na noite da última quinta-feira, durante o feriado de Finados, foram informados pela propaganda eleitoral gratuita de que o Partido Progressista (PP) agora se chama apenas Progressistas. A transformação foi decidida em agosto e foi apresentada na TV pela primeira vez na noite de ontem durante a propaganda de cerca de dez minutos. No site da legenda, porém, a nova identidade ainda não é aparente.
De acordo com a senadora gaúcha Ana Amélia Lemos (Progressistas-RS), a troca de nome teve como principal objetivo “modernizar” o partido, assim como já ocorreu com o PFL que foi transformado em Democratas, em 2007. Mas a “atualização” não é o único motivo para a mudança, explica a senadora.
“Temos outro problema. A sonoridade de PP é quase a mesma de PT (Partido dos Trabalhadores). Quando alguém diz PP, o outro pergunta ‘PT?’. Não, é PP. Esse aspecto é importante por causa da confusão para o eleitor. Isso teve um valor importante para mim. Além disso, uma palavra só (Progressistas) soa melhor do que duas palavras (Partido Progressista)”, disse Ana Amélia a VEJA.
Além disso, explica a senadora, “progressista individualiza” e o partido deve ser “plural”. “Aí me curvei (durante a discussão). Sou Progressistas, meu partido deve ser de todos”, contou sobre a discussão acerca da concordância verbal.
A quem acusa que a transformação do nome tem intuito de afastar o partido da ideia de corrupção por ser o mais investigados na Lava Jato, a senadora responde: “Como não estou na Lava Jato, a mim não me cabe falar nisso. Mas faço uma leitura diferente. A mudança não adiantaria para isso porque os nomes envolvidos continuam identificados. O partido precisa correr para também se modernizar internamente”.
Segundo Ana Amélia, engana-se quem pensa que a troca foi apenas no nome. “A gente está exatamente buscando identificar-se com pautas de interesse nacional. Temos compromisso partidário com alguns temas como modernização econômica, eficiência do estado para a população ,redução tributária, tornar o ambiente mais favorável ao empreendedor. O partido nessa nova versão procura se posicionar diante dessas pautas. São agendas inadiáveis, a gente vê a demora para constituir empresa, o excesso de peso da burocracia. Há alguns temas polêmicos como redução da maioridade penal, que também está na agenda do partido”, explicou a senadora.
No Rio Grande do Sul, está em discussão se o Progressistas deve ter candidatura própria ao governo do estado, atualmente comandado por José Ivo Sartori (PMDB) com apoio do partido. O deputado federal Luis Carlos Heinze (Progressistas-RS), já declarou que aceita ser o candidato da sigla. Se acordo com Ana Amélia, que concorrerá à reeleição como senadora, o partido também conta com nomes como o do prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, e do prefeito de Santa Cruz do Sul, Telmo Kirst.