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Política com Ciência

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A partir do que há de mais novo na Ciência Política, este blog do professor e pesquisador da FGV-RJ analisa as principais notícias da política brasileira. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

O delírio antissocialista de Bolsonaro

Professores marxistas não são o problema de nossa educação

Por Sérgio Praça Atualizado em 4 jun 2024, 16h21 - Publicado em 2 jan 2019, 19h59

Dois dos tweets mais recentes do presidente Jair Bolsonaro (PSL) tratam de educação. Vale reproduzi-los:

“Ministro da Educação desmonta secretaria de diversidade e cria pasta de alfabetização. Formar cidadãos  preparados para o mercado de trabalho. O foco oposto de governos anteriores, que propositalmente investiam na formação de mentes escravas das ideias de dominação socialista.”

e

“Uma das metas para tirarmos o Brasil das piores posições nos rankings de educação do mundo é combater o lixo marxista que se instalou nas instituições de ensino. Junto com o Ministro de Educação e outros envolvidos vamos evoluir em formar cidadãos e não mais militantes políticos.”

Mentes escravas das ideias de dominação socialista? Lixo marxista que se instalou nas instituições de ensino? Escolas formando militantes políticos? Não é mentira. O presidente – ou seu filho Carlos – escreveu isso mesmo, como os links atestam.

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O Brasil conta com centenas de especialistas em educação e milhares de professores. Alguns podem não ser bons profissionais e talvez coloquem ideologia acima dos ideais da carreira. Mas não há risco de o Brasil estar formando, em qualquer de suas instituições de ensino, “mentes escravas das ideias de dominação socialista”. Gostaria de poder jurar que o presidente sabe disso e apenas acena para os mais radicais de sua base com comentários assim. Mas não tenho certeza.

Nossos desafios em educação são muito mais complexos do que, digamos, tirar o coitado do Marx (mais morto do que vivo) do currículo escolar – até porque, na verdade, ele não está! Nenhuma criança, adolescente ou adulto brasileiro é obrigado a ler Marx. Vou mais longe: ler Marx (ou sobre ele e suas ideias) não lhe torna necessariamente marxista. É possível ler sem ser convencido por seus argumentos.

Então o que será que nos deveria ocupar, como cidadãos e governantes, para melhorar a educação? Uma boa pista é dada pelo cientista político Fernando Abrucio (EAESP/FGV) – que de marxista só tem a barba – em seu texto “A singularidade da gestão educacional”. Ele afirma que “a gestão escolar é decisiva para o bom funcionamento da educação e para a obtenção de resultados positivos no aprendizado dos alunos. Por essa razão, a formação de diretores e gestores escolares é estratégica para o país, ainda mais porque a maioria desses profissionais é formada, basicamente, por professores, muitos bem-sucedidos em sala de aula, que migram para funções diretivas, sem terem, porém, as competências necessárias ou vocação para o cargo. Seguindo essa linha de raciocínio, o Brasil deveria apoiar a expansão de programas de formação em gestão escolar que conjuguem a transmissão de conteúdos com o aprendizado prático na própria escola em que trabalham”.

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O principal problema da educação no Brasil é sua gestão, não seu conteúdo – muito menos um conteúdo “socialista” ou “marxista”.

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