Travessia esqueceu de falar de tecnologia — tema a que se propôs tratar no início — por algum tempo, mas finalmente voltou a abordar os perigos da internet. Atualmente, o folhetim exibe um enredo pavoroso com Karina (Danielle Olímpia), adolescente que virou presa de um pedófilo virtual. Na novela das 9 da Globo, o criminoso interpretado por Cláudio Tovar usa uma ferramenta de deepfake ao vivo para se passar pela atriz Bruna Schuler (Giullia Buscacio) e conversar com Karina. A vítima acredita que está fazendo um teste para ser atriz como a “amiga” e já mostrou o corpo ao predador. Com didatismo, a direção da novela mostra como a ferramenta é usada pelo criminoso, por meio de inteligência artificial, para emular a voz e aparência de Bruna. Por mais maluca que possa parecer, o drama é próximo à realidade, já que o deepfake ao vivo já existe, e casos graves de pedofilia estampam noticiário.
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Na semana passada, paralelamente ao drama de Karina, um caso parecido virou manchete de verdade: um açougueiro de 25 anos sequestrou uma adolescente de 12 anos do Rio de Janeiro e a levou até o Maranhão, onde a aprisionou em uma quitinete. A vítima conversava como suspeito há dois anos, pelo TikTok. Na rede social de vídeos, inclusive, o deepfake ao vivo já é usado como filtro há muito tempo, mas ainda não se sabe se Eduardo da Silva Noronha o usou para conversar com a vítima da vida real.